Ritmo acelerado de construções impulsiona o varejo e a produção siderúrgica
Índices de vendas de materiais de construção e de consumo de aço estão seguindo a progressão do setor no Brasil
29 de julho de 2011 - O setor da construção está em pleno aquecimento. Desde a criação de um primeiro alicerce até o acabamento de uma parede, todas as obras necessitam de materiais para saírem do papel. O varejo acompanha o ritmo acelerado, vendendo todos os insumos necessários para suprir a demanda. Em função dessa combinação de fatores a expectativa é de um grande volume de negócios na 14ª edição da Construsul, evento que ocorre em Porto Alegre a partir do dia 3 de agosto.
Um dos principais fatores para tanto otimismo é o crescimento do poder econômico da população. Segundo o IBGE, 50 milhões de brasileiros migraram para a classe C, saindo da pobreza e constituindo uma nova "classe média".
- São pessoas que, no passado, não tinham poder de compra. Agora elas passaram a investir no sonho da casa própria e estão levando o setor a desenvolver produtos específicos para o grupo. São pessoas que querem produtos de qualidade, mas não podem pagar pelo que a classe A ou B paga. É o consumidor mais exigente da história - descreve a presidente da Federação das Associações de Comerciantes de Material de Construção Fecomac-RS, Grasiela Maria Klein.
O diretor financeiro da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Porto Alegre (Acomac), Arcione Piva, confirma o otimismo do setor.
- A venda do material de construção está crescendo de um modo geral. O varejo não participa de grandes obras, como a Arena do Grêmio, por exemplo, mas é beneficiado de forma muito significativa por outro fenômeno. A classe C e D são os grandes consumidores de hoje. Suas obras estão se qualificando com o crescimento da renda - comenta.
A avaliação do diretor da Sul Evento, Cláudio Richter, é que esse é um momento histórico e que vem se consolidando ao longo dos últimos anos.
- O que existe é um ciclo de crescimento, de grandes perspectivas, que vem se repetindo ano após ano. Essa geração de negócios e volume de acontecimentos é constante. Acredito que isto não irá terminar tão cedo - comenta.
A venda de materiais de construção nunca alcançou um desempenho tão positivo quanto nos últimos dez anos. O varejo está batendo recordes de crescimento ano após ano. Segundo a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), a estimativa é que o setor atinja o crescimento de 6,5% sobre 2010, quando o comércio faturou R$ 49,08 bilhões.
A indústria também está acompanhando o bom momento. O Brasil inteiro está em obras e uma das mais requisitadas matérias-primas para construção é o aço. O consumo maciço do material tem alavancado a produção siderúrgica brasileira. A Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS) espera o crescimento de 7% sobre o ano passado. Nacionalmente, este índice deverá corresponder, aproximadamente, a um crescimento de 5%, o que representa o consumo de 27,8 milhões de toneladas em 2011.
Fonte: SEGS.com.br - SP