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Rodoanel não repõe Mata Atlântica

Texto: Redação AECweb

Dersa ainda não cumpriu compensação do desmatamento causado pelo Anel Viário

27 de maio de 2010 - O desmatamento causado pela construção do trecho sul do Rodoanel Mário Covas ainda não foi compensado pela Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), responsável pela obra, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica com base no Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. O estudo foi feito em parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a SOS Mata Atlântica.

A fundação aponta que obras como o Rodoanel, que priorizam o transporte individual, colaboram para a destruição da mata nativa - os 345 hectares desmatados entre 2005 e 2008, dos quais 212 hectares por causa do Rodoanel, não foram recuperados. "Onde estão as árvores da compensação?", questionou o diretor de políticas públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani.

Em resposta, a Dersa afirmou que "estão sendo preservados e recuperados mais de 4.700 hectares de áreas verdes, por meio da criação e revitalização de parques e unidades de conservação, além do plantio de 1.016 hectares de mata nativa". Por nota, a empresa afirma ainda que mais de 80% da compensação foi feita, dentro do cronograma.

Segundo Mantovani, ainda há o risco de o desmatamento ser ainda maior à medida que forem necessários novos acessos à via. "A fundação era contra o Rodoanel da maneira como foi feito. É um projeto que compromete a qualidade de vida e prioriza o transporte individual."

E a compensação, enfatiza o coordenador técnico do Atlas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Flavio Ponzoni, precisa ser feita de forma consistente, com o aumento da cobertura florestal no País. "Muitas vezes, as áreas de reflorestamento ficaram restritas, as áreas de florestas estão quase confinadas em locais de difícil acesso."

O levantamento mostra ainda que São Paulo perdeu 74 hectares de mata na região metropolitana de 2008 até agora.

Para piorar, na região metropolitana a especulação imobiliária cria o chamado "efeito formiga". "São pequenas áreas desmatadas, que não são facilmente identificadas", explica a coordenadora do Atlas, Márcia Hirota.

O relatório mostra também que mais da metade dos hectares desmatados em São Paulo está na região do Vale do Ribeira e no litoral sul. "Os desmatamentos concentram-se na região mais preservada da mata atlântica. Fica um alerta para o Estado", diz Márcia.

Atlas

O levantamento usa imagens feitas por satélite para avaliar os índices de desmatamento em todo o Brasil. Antes realizado de cinco em cinco anos, o atlas agora é feito de dois em dois anos. Os dados compararam os índices de 2008 a 2010 e foram divulgados os dados de nove Estados brasileiros. MG, PR e SC foram os Estados com maior índice de desmatamento no período.

Fonte: Jornal da Tarde – SP


 

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