Rossi cria estratégia para voltar negócios ao segmento popular
Grande procura é estímulo para a empresa: pelo menos 50% dos lançamentos da companhia este ano serão voltados para este segmento
28 de Abril de 2009 - A construtora e incorporadora Rossi decidiu aumentar a participação dos empreendimentos econômicos em seu portfólio. Pelo menos 50% dos lançamentos da companhia este ano serão voltados para este segmento. A decisão foi tomada antes mesmo do lançamento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. "Mas ele se encaixou perfeitamente em nossa estratégia", afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da Rossi, Cassio Audi.
O aumento está em linha com o retorno da empresa ao segmento econômico iniciado entre 2006 e 2007. Fundada em 1980, a Rossi começou a atuar nesse nicho de mercado em 1992, com o lançamento do Plano 100. "Para dar liquidez aos compradores, a empresa oferecia pagamento em 100 prestações", diz Audi. Depois disso, a empresa voltou-se para o segmento de alta renda. "E entre 2006 e 2007 decidimos diversificar a atuação da empresa no que diz respeito a segmentos e áreas geográficas." Em 2007, o segmento econômico representou 13% dos lançamentos da empresa. Em 2008, a participação subiu para 29%. Para este ano, a Rossi tem potencial de lançar 80 mil unidades com valor final de até R$ 160 mil cada.
Demanda é o que direciona a empresa, afirma Audi. Em dezembro do ano passado, no auge da crise financeira internacional, a companhia vendeu 100% da primeira fase de um empreendimento voltado para a segmento econômico no dia do lançamento. "Não sentimos nenhum impacto da crise no segmento econômico", diz Audi.
Por outro lado, a empresa percebeu uma retração nos segmentos mais altos. Para estimular a compra, chegou a lançar no início deste ano, o "Pacote habitacional Rossi". Através dele, os clientes que adquirirem imóveis até o final de maio tem benefícios como mensalidades fixas durante a obra, pontualidade no pagamento premiada e seguro desemprego durante seis meses. Setenta por cento dos empreendimentos da companhia se enquadram no plano.
A empresa trabalha com três modelos de empreendimentos voltados para o segmento econômico: o Villa Flora (condomínios residenciais de casas ), as Praças Residenciais (condomínios de prédios de quatro andares) e os "prédios verticais". Apesar dos valores mais acessíveis, os projetos procuram valorizar espaços verdes e adaptar a infraestrutura de condomínios de padrões mais elevados ao segmento econômico.
A Rossi, que está presente em 61 cidades e 15 Estados, já tem imóveis do segmento econômico sendo comercializados em diversas regiões do País. De acordo com a empresa, cerca de 40% de seu banco de terrenos é voltado para o segmento econômico, o que significa um total de R$ 8,3 bilhões em futuros lançamentos. Nas próximas semanas outros dois empreendimentos voltados para esse segmento serão lançados, um no Rio de Janeiro e outro em Salvador. Hoje, a empresa está conversando com prefeituras do interior de São Paulo e do Sul e Nordeste do País.
Fonte: Gazeta Mercantil – SP