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Santos vive onda de empreendimentos corporativos classe A

Texto: Redação AECweb

Grandes construtoras do país têm apostado no potencial atrativo da cidade

15 de fevereiro de 2011 - Depois do boom do mercado imobiliário residencial, Santos vive agora sua primeira onda de empreendimentos corporativos classe A. Grandes construtoras do país têm apostado no potencial atrativo da cidade, de olho na vasta cadeia de fornecedores da Petrobras - que também está para iniciar a construção de sua sede, nas proximidades do porto. Desde 2008 houve aumento de 250% no número de empreendimentos desse tipo aprovados pela prefeitura e, atualmente, 14 aguardam autorização.

Três dos maiores lançamentos foram feitos no fim de 2010 e estão praticamente com todas as unidades vendidas. Da área próxima ao cais à praia, o metro quadrado desses imóveis varia a partir R$ 6,5 mil. "As vendas estão acontecendo de forma rápida, a procura é grande e é um preço praticamente similar ao de São Paulo. A tendência é aumentar (o custo do metro quadrado)", diz a diretora de Marketing da Abyara, Paola Alambert.

Em 2010 a empresa lançou três edifícios comerciais na cidade litorânea e diz que vem mais por aí. Paola conta que há dois anos, quando a Abyara estava em busca de um escritório próprio na cidade, não encontrou uma variedade de prédios que conseguissem atender uma empresa de grande porte. Acabou por se instalar no único de alto padrão disponível, um edifício na avenida Ana Costa construído em 2009 para abrigar os negócios do armador MSC.

"A maioria são empresas que têm alguma relação com o polo de óleo e gás. Qualquer companhia que forneça algum tipo de serviço para a Petrobras vai querer estar em Santos. Aí vem toda uma outra cadeia, como advogados", afirma Paola.

Na última década, 16 empresas ligadas à exploração de petróleo e gás natural e à atividade de apoio à extração se instalaram na cidade, incluindo multinacionais estrangeiras.

"A vocação de Santos é prestação de serviços, é o setor mais forte da cidade e que sempre esteve associado ao porto e ao turismo. Com a chegada das empresas e negócios ligados ao pré-sal essa vocação natural se expandiu agora num novo e promissor mercado", afirma o prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB). O setor de serviços é responsável por pouco mais de 70% do PIB municipal, que em 2008 (último dado disponível), foi de R$ 24,6 bilhões, aumento de quase 25% sobre 2007. É o sétimo do Estado e 18º do país.

A Cyrela Brazil Realty lançou em dezembro seu primeiro negócio na cidade, o Wave Offices. O prédio ficará a 300 metros da sede da Petrobras, no bairro do Valongo, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 70 milhões. São 201 unidades com áreas que variam de 42 a 66 m2, além de junções e unidades duplex na cobertura.

"Tivemos compradores de uma sala até de todo o andar", explica o diretor comercial da Cyrela, Gilson Hochman. Ele considera "espetacular" o índice de vendas desde o lançamento: mais de 80%, com contrato assinado e o primeiro depósito feito. O condomínio terá serviços da Facilities Office para soluções do dia-a-dia dos usuários que vão desde a gestão e conservação patrimonial até a organização de reuniões e eventos.

Hoje, a construtora tem uma equipe trabalhando especificamente para buscar negócios na Baixada Santista. "Estamos prospectando oportunidades. Nossa empresa felizmente é muito líquida, não temos limitadores para bons negócios", disse, sobre o volume disponível para investir.

A Odebrecht Realizações Imobiliárias também inaugurou recentemente a comercialização do The Blue Officemall, multiuso de alto padrão com VGV de R$ 150 milhões. As plantas variam de 42 a 1.580 m2. Todas as 58 lojas do shopping foram vendidas e 82% das 481 salas comerciais já têm proprietário. O metro quadrado das salas está em R$ 6,7 mil; das lojas, em R$ 11,5 mil.

"Tínhamos uma expectativa muito grande do projeto antes do lançamento e as nossas previsões acabaram por se concretizar", diz o diretor de contrato para Santos, Marcello Arduin.

Em ambos os casos, a maior parte dos compradores foi o próprio santista. "A maioria dos compradores é formada por profissionais liberais. Tivemos alguns investidores e empresas um pouco maiores que buscaram a junção das salas", diz Arduin. Hochman, da Cyrela, também encontrou o mesmo perfil. Segundo ele, 70% dos compradores são de Santos.

De acordo com o prefeito Papa, o santista tem níveis elevados de poupança. Os últimos dados do Banco Central mostram que os depósitos em poupança da população em novembro era de R$ 2,809 bilhões, equivalente a R$ 6.692 per capita - maior que o da cidade de São Paulo (R$ 4.715) e da Baixada Santista (R$ 3.087). Além disso, as operações de crédito de Santos somaram R$ 6, 168 bilhões em novembro. "Com o poder aquisitivo elevado, a população se sente encorajada a fazer financiamentos", explica o consultor financeiro e tributário, Rodolfo Amaral. As incorporadoras continuam em busca de áreas na cidade, mas os terrenos estão praticamente esgotados.

Fonte: Valor Econômico

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