Sede de banco está virando sustentável
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
BNDES busca os selos Breeam e Procel
08 de abril de 2013 - Não são só os prédios novos que podem ser sustentáveis. Edificações antigas também podem realizar uma série de adaptações, sem nem mesmo precisar fazer reformas completas para isso. E alguns, como o prédio do BNDES, no Centro do Rio, já estão trabalhando nessas mudanças. No caso do banco, o prédio vai tentar até conseguir duas certificações de sustentabilidade: a internacional Breeam e a nacional Procel. O processo não é simples. É preciso verificar as práticas atuais do prédio em diferentes categorias que podem ter o seu impacto no ambiente reduzidas: água, energia, transporte, gestão de resíduos, Poluição, saúde e bem-estar dos funcionários. No caso do BNDES, essa verificação deve levar mais três meses e, só então, o banco decidirá quais medidas serão adotadas. Depois, deverão ser mais seis meses para a implantação de todas as medidas.
Um desejo antigo
Mas o desejo de ser sustentável não é novo no banco. Várias ações já foram feitas ao longo dos anos, entre elas a criação de um bicicletário, a ampliação dos vestiários para que mais funcionários pudessem adotar a prática, a reforma de todos os andares para aumentar a incidência da luz e diminuir o uso de energia elétrica, melhorias no sistema de refrigeração e a adoção de tecnologia inteligente de irrigação nos jardins, que considera o índice pluviométrico para determinar a quantidade de água. - Esgotamos as ações que conhecíamos. Por isso, contratamos as consultorias para saber até onde podemos chegar em termos de sustentabilidade - conta André Luís Mendes, síndico do prédio. - O edifício foi construído nos anos 1980 e, para os padrões de hoje, essa fachada preta já é um erro. Entre as sugestões feitas até agora: mudanças como a implantação da coleta de água da chuva, o tratamento das águas cinzas para que sejam reaproveitadas no terreno e a instalação de mictórios secos e arejadores nos chuveiros.
A certificação questiona cerca de 200 itens - explica a arquiteta Viviane Cunha, consultora da certificação Breeam. - Nossa proposta é, também, estimular políticas que levam a resultados econômicos e ambientais expressivos. Adotar a compra de materiais sustentáveis é um exemplo. Mudanças de hábito dos funcionários também. Até porque essas pessoas tendem a levar para casa essas práticas. No que diz respeito ao prédio, Viviane destaca que as mudanças não serão de uma só vez. - Uma parede pintada com tintas que contenham metais pesados é muito antissustentável. O certo seria utilizar tinta sem esses metais. Mas, para evitar a geração de resíduos, o ideal é só refazer a pintura quando for imprescindível. Esse tipo de adaptação, aliás, pode ser adotado em qualquer prédio ou residência total ou parcialmente. É possível, por exemplo, fazer a certificação de apenas um andar de um edifício. Apesar de não ser o ideal, já que as áreas comuns vão continuar tendo despesas maiores. Mas se uma empresa ocupa um andar inteiro, ela pode se beneficiar reduzindo ao menos os seus gastos. - Toda ação na direção da sustentabilidade tem efeito positivo, os ganhos são visíveis e influenciam os vizinhos.
Fonte: O Globo