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Setor da construção quer que Dilma mantenha programas e equipes

Texto: Redação AECweb

Rubens Menin, presidente da MRV: "Dilma participou da elaboração do Minha Casa, Minha Vida quando era ministra"

01 de novembro de 2010 - Os empresários do setor da construção civil têm uma predileção declarada pela continuidade do PT na presidência. O motivo pela preferência tem nome e sobrenome: Minha Casa, Minha Vida - uma das principais bandeiras da presidente eleita. A vinculação de Dilma Rousseff com o programa - e, sobretudo, a interlocução direta da candidata governista com o setor quando o programa foi criado- foi decisiva para a escolha. A preocupação é que, além da manutenção da plataforma de habitação haja, também, continuidade da equipe que cuida do assunto na Caixa Econômica Federal.

O plano habitacional foi concebido na virada de 2008 para 2009, auge da crise mundial. Um grupo de cerca de 12 empresários e executivos participou da elaboração do programa, que teve Dilma à frente de várias discussões. Ali aconteceu o primeiro contato entre a então ministra da Casa Civil e o segmento. "Houve um pleito do setor e uma grande disposição do governo em escutar as sugestões", afirma João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi). "Foi um trabalho de costura muito articulado, por isso surgiu um programa de resultados", acrescenta.

Baseado no subsídio ao comprador, o programa garantiu demanda por imóveis no momento em que não havia comprador e as empresas tinham parado de lançar. Várias construtoras, com problemas administrativos e financeiros, quase quebraram e foram arrematadas por outras. O modelo brasileiro seguiu, em vários aspectos, o programa implantado no México - que, aliás, sobreviveu a várias mudanças de governo. "O primeiro ano foi difícil, mas agora o programa está rodando bem", afirma um alto executivo.

Rubens Menin, presidente da MRV, maior construtora voltada à construção popular do Brasil e consequentemente, a principal beneficiada pelo programa, acredita que Dilma seja a melhor opção para o setor. Com R$ 2,6 bilhões de unidades vendidas até setembro, a empresa é a maior parceira da Caixa, com mais de 70% das vendas dentro do Minha Casa, Minha Vida. "Dilma conhece bem as questões do setor, porque participou da elaboração do Minha Casa, Minha Vida quando era ministra, tem equipe boa para trabalhar no nosso setor", afirma.

Apesar do apoio declarado, Menin nomeia dois desafios para o governo Dilma. "É preciso evoluir na infraestrutura, esse é o grande gargalo do país", afirma. Na sua opinião, o Brasil ainda precisa reduzir a carga tributária e melhorar a eficiência do Estado.

Executivos de grandes empresas, que preferiram não se pronunciar abertamente, seguem na mesma direção. "Como pessoa física, meu voto seria um, mas para o setor a manutenção do programa é a melhor solução", afirma o presidente de uma grande construtora. Na opinião dos executivos, a eleição de Dilma é positiva no sentido de não haver ruptura do programa. "Se o Serra fosse eleito, haveria mudanças na Caixa Econômica Federal e teríamos uns seis meses de lentidão no andamento do Minha Casa, Minha Vida, o que seria prejudicial às empresas", diz. Para outro executivo, o programa tem problemas, principalmente no repasse dos clientes à Caixa, mas impulsionou a construção, quando o segmento estava debilitado.

Fonte: Valor Econômico - SP

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