Setor de cimento espera retração em agosto
Presidente do Snic espera uma queda entre 4% e 5% em agosto em relação ao mesmo mês do ano anterior
28 de agosto de 2009 - Os fabricantes de cimento já sentem uma queda no consumo em agosto. O excesso de chuvas e a demora para iniciar as obras dos empreendimentos beneficiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida são apontados como razões para a retração das vendas.
O presidente do Snic (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), Sérgio Maçães, espera uma queda entre 4% e 5% em agosto em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em julho, as vendas de cimento recuaram 5,5%. "Essa queda já foi reflexo das chuvas."
Dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) indicam que choveu cerca de 280% mais em julho que a média do período. "Quando chove, o consumo de cimento para.”
A queda no consumo de cimento também é consequência da redução no volume de lançamentos imobiliários, já que o segmento ainda é o principal motor dessa indústria no país.
A esperança do setor é que o programa Minha Casa, Minha Vida reaqueça o mercado imobiliário, e, consequentemente, a construção civil.
O cenário para o setor de cimento se inverteu com a crise. Em 2008, as vendas do produto se expandiram 14% e o governo temia um desabastecimento.
Agora, a expectativa para este ano é de crescimento nulo do consumo de cimento, mas ainda assim o Snic considera um resultado otimista diante do tamanho da crise global.
Mesmo sem crescer, o Brasil vai subir uma posição no ranking de consumidores do produto neste ano, caso as projeções do Snic se confirmem.
O consumo previsto de 51 milhões de toneladas de cimento no Brasil será o quarto do mundo em 2009. Os três primeiros devem ser China, Índia e EUA, respectivamente. "Vamos ganhar uma posição no ranking global de 2009 sem crescer. O consumo nos outros países é que vai se retrair."
Segundo as projeções do Snic, a Rússia e a Espanha lideram as retrações. O consumo de cimento nestes países deve cair mais de 20% em 2009.
Fonte: Folha de S. Paulo - SP