Setor de construção civil registra grande crescimento em Altamira, PA
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Obras na usina de Belo Monte têm impulsionado aumento no setor. Falta de qualificação profissional é considerada um obstáculo
13 de dezembro de 2012 – Com a implantação da usina de Belo Monte, a cidade de Altamira, no sudoeste do Pará, se transformou em um grande canteiro de obras, onde empresas e trabalhadores encontram oportunidades de geração de renda. O setor da construção civil é o que mais cresce atualmente no município, mas ainda encontra grandes barreiras devido a falta de qualificação profissional e informalidade da mão de obra.
Por toda a cidade de Altamira é possível observar prédios em construção ou em reforma. Este é um reflexo das obras na usina de Belo Monte, iniciada há cerca de 1 ano e 6 meses, e que já atraiu centenas de pessoas ao município.
As obras têm se multiplicado, assim como as vagas na área da construção civil. Porém, o que está em falta são os profissionais capacitados. “A questão da qualificação é muito exigida. Então, quando você não tem um curso, você tem que ter a experiência. As empresas exigem muito isso e em Altamira nós temos uma dificuldade com trabalhadores”, comenta Daniele Alves dos Santos, do Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Altamira.
Os comerciantes também sentem o reflexo da construção civil. O empresário Vicente Reali conta que aumentou o estoque de tijolos, para atender as demandas que crescem cada vez mais. “Estamos em uma fase de crescimento de 20% a 30%, e em pouco tempo”, completa.
O gerente de uma loja de materiais de construção da cidade comenta que a demanda está sendo grande, e com certeza será preciso contratar mais gente para trabalhar no local. O estabelecimento abriu recentemente, e já conta com quase 40 funcionários.
Os profissionais mais requisitados são os pedreiros, mas grande parte da categoria ainda trabalha sem carteira assinada. O pagamento pelo serviço é feito em diárias e, no último ano, o valor da atividade aumentou em 45%. O pedreiro que ganhava R$ 70 por dia em 2011, passou a receber R$ 120 em 2012.
Porém, a situação tem preocupado o sindicato da categoria, que considera que a informalidade é um sério problema ao setor. “Hoje, o salário base de um pedreiro com carteira assinada é de R$ 1.200, buscando agregar a este valor os benefícios sociais. E, agregando esses valores à carteira assinada, o trabalhador vai sair ganhando”, afirma a presidente do Sindicato da Construção Civil, Maria da Guia.
O mestre de obras Cledivaldo da Silva trabalhou 17 anos no mercado informal, e há 6 meses conseguiu um emprego com carteira assinada. “Agora eu posso trabalhar respaldado e com mais segurança na minha vida, com os direitos trabalhistas que muitos [profissionais informais] não têm, mas na empresa eu tenho”, destaca.
Fonte: G1