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Setor de material de construção admite vendas menores

Texto: Redação AECweb

Entidades do setor acreditam que a pressão é pontual

14 de dezembro de 2011 - A queda mensal nas vendas de materiais de construção em outubro deve se estender até o fim deste ano, pressionada pela desaceleração da economia brasileira e pelo impacto da inflação. Apesar disso, as entidades do setor acreditam que a pressão é pontual e mostram otimismo nas projeções para 2012.

"No mercado, está se percebendo uma retração nas vendas. O Natal do ano passado foi bom, mas neste ano não está sendo," disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover. Segundo ele, o setor de construção civil tem adiado lançamentos imobiliários e as compras de insumos, enquanto o consumidor também está mais cauteloso diante dos preços altos dos materiais e do noticiário de crise econômica.

Cover também adiantou dados da próxima pesquisa da Abramat que apontam que as intenções de investimento das indústrias de materiais de construção caíram de 78% em setembro para 68% em dezembro. "Já é uma reação à desaceleração nos últimos meses, que mexe um pouco com o humor na indústria. Mas 68% ainda é um número grande. Não é uma crise. É apenas uma retração".

As vendas varejistas no conceito ampliado (que inclui os segmentos de veículos e material de construção) declinaram 0,4% em outubro ante setembro no País, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado anda na mesma direção que a pesquisa da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), que anotou queda de 7% das vendas de materiais no comércio varejista no mesmo período, e da pesquisa da Abramat, que registrou declínio de 3,5% nas vendas em todo o mercado interno.

Na avaliação de Hiroshi Shimuta, membro do conselho da Anamaco, a queda é pontual e não interfere na curva ascendente do varejo da construção. Segundo ele, o faturamento real do setor (já descontada a inflação) deve crescer 5% em 2011 e até 7% em 2012, sustentado pela manutenção dos bons níveis de emprego e renda da população. "As vendas têm uma retração natural no fim de dezembro e se recuperam depois do Carnaval", afirmou.

Na indústria dos materiais de construção, Walter Cover avaliou que a alta no faturamento real deve ficar em torno de 3% em 2011 e de 4% a 5% em 2012. Apesar da desaceleração da economia brasileira, ele aposta em um ritmo mais forte das obras de infraestrutura para os jogos da Copa e da Olimpíada, além das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa, Minha Vida, e de gigantes corporativas, como a Vale e a Petrobras.

Cover também avaliou que, mesmo com uma possível diminuição no número de lançamentos imobiliários na região metropolitana de São Paulo - que apresentou um total de vendas inferior em 2011 ante 2010 - há outros locais onde esse mercado tem espaço para crescer. Ele citou como exemplos a cidade do Rio de Janeiro e a Região Nordeste, especialmente Recife, onde o nível de investimentos está aquecido devido ao Porto de Suape.

Fonte: G1

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