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Setor imobiliário puxa alta das bolsas

Texto: Redação AECweb

Promessas de Lula geram boas expectativas

4 de fevereiro de 2009 - As bolsas de valores americanas fecharam em alta nesta terça-feira (03/02) graças a um inesperado aumento na venda de casas e aos ganhos das farmacêuticas Merck e Schering-Plough.

Além disso, os investidores mostraram otimismo com o fato de o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, ter afirmado que o governo vai acelerar seus esforços para combater a recessão.

O Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York, fechou em alta de 1,78%. Nasdaq e S&P avançaram 1,46% e 1,58%, respectivamente. Nem as quedas nas vendas das montadoras em janeiro desencorajaram os investidores.

No Brasil, puxada por setores ligados a commodities e construção civil  e beneficiada pela melhora do humor em Wall Street -, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou ontem aos 39.746 pontos, com o seu principal índice, Ibovespa, subindo 2,79%. O dólar caiu 0,13%, negociado a R$ 2,321.

Ações de construtoras sobem com promessa de Lula. As ações da Cyrela lideraram as altas do pregão, com ganhos de 10,05%, depois que o presidente Lula disse que pretende construir 500 mil casas em todo o país.

As medidas de incentivo ao setor de construção civil deverão ser anunciadas em breve, o que beneficiou as ações do setor na Bolsa  afirmou Eduardo Roche, gerente de análises do Modal Asset.

Os papéis de Rossi Residencial e Gafisa subiram e 6,44% e 9,36%, respectivamente.

Com a recuperação dos preços dos metais no mercado internacional, as ações da Vale registraram ganhos durante todo o dia. Os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) subiram 4,5%. Os da Petrobras ganharam 3,6%.

Antes da abertura do mercado, os indicadores futuros da Bolsa apontavam queda devido aos dados da produção industrial de dezembro. Logo depois, no entanto, a Bovespa se firmou em terreno positivo.

A interpretação do mercado foi a de que, com a produção industrial fraca, o Banco Central terá de cortar juros mais rapidamente. E isso beneficia os investimentos em Bolsa  disse Roche.

Entre as maiores quedas do Ibovespa estiveram as ações PN da Sadia (3,83%). Os papéis ON, que não estão no índice e têm pouca liquidez, perderam 9,51%.

Eles haviam subido muito recentemente devido a rumores de que a empresa seria comprada por Perdigão ou Nestlé, o que ainda não se confirmou.

Ontem, o Credit Suisse disse que a demanda mundial por proteína está se desacelerando e fazendo com que exportadores brasileiros renegociem seus contratos. Segundo o relatório, o fato de o real estar mais fraco em relação ao dólar não compensará a queda nas vendas.

Já o câmbio ficou em queda durante a maior parte do dia.

Logo pela manhã, o Banco Central vendeu cerca de US$ 148 milhões, a R$ 2,324. O giro financeiro foi de US$ 1,899 bilhão.

Em sua análise diária, Sidnei Nehme, economista da NGO Corretora, disse que os investidores "comprados" no mercado futuro, ou seja, que apostam na alta do dólar, já estão sentindo que não há fundamentos para que a taxa cambial se mantenha elevada.

Nos EUA, vendas pendentes têm alta inesperada de 6,3% Nos EUA, a Associação Nacional dos Corretores informou ontem que a venda pendente de imóveis usados  isto é, o contrato foi assinado, mas o negócio ainda não foi fechado  registrou uma alta inesperada de 6,3% em dezembro frente ao mês anterior, para 87,7 pontos.

Foi o primeiro avanço desde agosto. Segundo analistas, isso se deve à queda nos preços resultante da crise do mercado imobiliário. Mas a falta de crédito ainda é um entrave.

Com os preços e os juros das hipotecas em baixa, só está faltando o dinheiro  disse Joel Naroff, presidente da Naroff Economic Advisors.

Outro relatório, do site especializado Zillow.com, mostrou que o mercado imobiliário americano perdeu US$ 3,3 trilhões em valor em 2008. Além disso, os pedidos de falência pessoal subiram 34,4% em janeiro, para 88.773. O Instituto Americano de Falências estima que esses pedidos atingirão 1,4 milhão este ano.

O banco central japonês anunciou ontem que comprará US$ 11,2 bilhões em ações ruins detidas pelos instituições financeiras, mas isso não impediu que a Bolsa de Tóquio fechasse em queda de 0,62%. (Juliana Rangel, com Bloomberg News e agências internacionais.

Fonte: O Globo, 04/fev 

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