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Setor imobiliário sugere mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida

Texto: Redação AECweb

Empresários da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC iniciaram os debates de ajustes do programa

04 de setembro de 2009 - A Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC iniciou os debates do programa Minha Casa, Minha Vida sugerindo mudanças pontuais para que os empresários possam atender à demanda. O primeiro item posto em debate foi a necessidade de perenizar os recursos para esse fim.

João Crestana, presidente da CII/CBIC e também do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), defendeu, inclusive, a captação de fundos internacionais. “Não podemos atender as famílias com renda inferior a três salários mínimos construindo conjuntos habitacionais cruéis, sem serviços e infraestrutura adequada, como foi feito na década de 1970, em virtude de programas habitacionais equivocados.”

O presidente da CBIC, Paulo Simão, ressaltou que apesar de todos os esforços dos empreendedores imobiliários, ainda há problemas que devem ser solucionados. “Não podemos frustrar a sociedade, iniciar a construção de moradias e parar. É preciso cumprir o compromisso assumido com a sociedade. Precisamos de rapidez.”

Com características únicas, como destinação de recursos do OGU para um programa habitacional eminentemente voltado à produção de imóveis novos, o Minha Casa, Minha Vida chegou num momento em que o País está pronto para alcançar o desenvolvimento sustentável. “O setor é capaz de induzir o crescimento econômico e social”, avalia Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

De acordo com Bernadete Coury, superintendente nacional de habitação da Caixa, o banco já contratou, até o momento, R$ 25,6 bilhões, o que significa 84% a mais do que foi investido durante todo o ano de 2008. Para ela, a perenidade de recursos não deve se restringir àqueles onerosos, mas se estender aos subsídios.

De acordo com os números apresentados pela superintendente, há 1.430 propostas de empreendimentos dentro do programa, dos quais 30% para famílias com renda de até 3 salários mínimos; 20%, na faixa 3 a 6; e 38%, nas camadas de 6 a 10 salários. Mas há grande dispersão entre os Estados, de acordo com Bernadete. “Sergipe está com 66% das unidades propostas”, informou. Também, mais de 40 mil unidades já foram contratadas.

Para a superintendente da Caxia, o mais importante agora é repensar a forma de fazer crédito imobiliário, ou seja, ainda há muita burocracia a ser eliminada. “Multipliquem por um milhão 8 folhas de contratos imobiliários, assinados em 4 vias.”

Joaquim Lima de Oliveira, superintendente nacional de administração da Caixa, falou da importância do FGTS no crédito imobiliário. De acordo com ele, nas últimas quatro décadas foram nove milhões de unidades financiadas, das quais 67% com recursos do Fundo. Com o Minha Casa, Minha Vida, o FGTS terá um incremento de R$ 4 bilhões por ano em subsídios até 2011. “O programa conjuga recursos privados do Fundo com recursos públicos, do OGU. Pela primeira vez, a habitação ganhou destaque no governo, e acredito que seja para ficar”, concluiu.

Na visão de Flávio Prando, vice-presidente do Secovi-SP, o programa trouxe muitos avanços para o setor, como juros de 4,5% ao ano, redução de 70% a 80% no seguro, diminuição das despesas cartorárias. “Entendo que o programa é um ponto de partida para revolucionar o crédito imobiliário.” Entretanto, há algumas dificuldades, como custo do solo, falta de demanda organizada por algumas prefeituras e incompatibilidade do valor das unidades entre algumas cidades, cujo porte são semelhantes.

A diretora do Sinduscon-PE, Betinha Nascimento, também defende a mudança dos valores dos imóveis. “Vamos quebrar resistências”, concluiu.

Fonte: Secovi-SP

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