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Shoppings retomam ciclo de investimentos em novos empreendimentos

Texto: Redação AECweb

Novos empreendimentos ganham força com a demanda aquecida

30 de novembro de 2009 - A indústria de shopping centers começa a retomar novos projetos após um período em compasso de espera devido aos efeitos da crise na oferta de crédito e no plano de expansão do varejo.

Os anúncios de novos empreendimentos devem se acelerar no início de 2010, impulsionados pela demanda do varejo para a ampliação da área de vendas. As empresas de shopping estão capitalizadas - BR Malls, Multiplan e Iguatemi fizeram novas ofertas de ações este ano - e o mercado é favorável para captações de dívida.

No início de novembro, a Multiplan divulgou o lançamento do ParkShopping São Caetano, no ABC Paulista. A Iguatemi deve anunciar, em 2010, três ou quatro novos projetos a serem desenvolvidos, enquanto a BR Malls avalia atualmente oportunidades de desenvolvimentos, aquisições e expansões. Além dos novos empreendimentos que serão anunciados, há vários em construção que serão entregues ainda em 2009 e outros em 2010, além das expansões em andamento.

Alguns cronogramas de obras foram postergados durante a crise, mas os projetos estão sendo retomados. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), oito empreendimentos foram entregues este ano e outros sete vão abrir as portas ao público até o fim do ano.

"Há procura por espaços tanto de lojas satélites quanto âncoras", afirma o vice-presidente executivo e de Relações com Investidores da Multiplan, Armando D"Almeida Neto.

Segundo o executivo, 95% das lojas do Shopping Vila Olímpia, aberto esta semana em São Paulo, estão locadas. O executivo diz que a empresa não sentiu falta de interesse de varejistas por novas áreas nem no primeiro semestre.

"A diferença é que, no período pré-crise, recebíamos um número de propostas maior. Desde maio, as grandes lojas estão vindo com mais apetite por espaço", diz D"Almeida Neto, acrescentando que as taxas de ocupação se mantiveram elevadas apesar das expansões dos shopping centers.

Demanda
A dependência do varejo em relação à indústria de shopping é observada pela participação das filiais das redes nos centros de compras. A Lojas Renner, por exemplo, tem 94% de suas unidades localizadas em shoppings. Na C&A e Riachuelo, o porcentual alcança, respectivamente, 70% e 60%.

O diretor administrativo e de Relações com Investidores da Lojas Renner, José Carlos Hruby, diz que, após abrir dez filiais em 2009, a previsão é que as inaugurações cheguem a 12 no próximo ano. Segundo ele, planos de expansão mais agressivos vão depender do desenvolvimento da indústria de shopping. "Podemos voltar a almejar abrir quinze lojas, como aconteceu em 2007 e 2008, mas precisamos de mais shopping centers, afirmou.

Hruby estima que o restabelecimento total da oferta de centros de compra à demanda varejista por novos pontos de venda deverá ocorrer a partir de 2011.

Em boa parte de 2009, num cenário de incertezas na economia, expandir os shopping centers foi uma das prioridades das empresas do setor para crescer.

Segundo o executivo da Multiplan, o retorno dos investimentos em expansão dos empreendimentos é maior e o risco, menor. No segundo semestre, a empresa inaugurou a expansão do Shopping Anália Franco, em São Paulo, do Parkshopping, em Brasília, e a segunda fase da expansão do Ribeirão Shopping.

Com dinheiro novo no caixa, a Iguatemi vai usar os recursos da oferta para financiar novos projetos a serem divulgados. Para os cinco shoppings já em desenvolvimento - Alphaville, JK, Brasília, Jundiaí e Ribeirão -, a estratégia é buscar financiamento, segundo a diretora de Relações com Investidores da companhia, Cristina Betts.

Nos próximos, a Iguatemi pretende manter o foco nas classes A e B, em projetos nas regiões Sudeste e Sul, com destaque para São Paulo. "Temos muitos pedidos de espaço", contou a executiva. Segundo ela, a Iguatemi nunca recebeu "tantas visitas" de lojistas brasileiros e estrangeiros que pretendem entrar no País.

Já a BR Malls está desenvolvendo os shopping centers Granja Vianna (SP) e Sete Lagoas (MG), além da expansão do Tamboré (SP). Até a divulgação dos resultados do terceiro trimestre, 78% da área bruta locável (ABL) do Granja Vianna tinha sido comercializada, 67% do Sete Lagoas e 79% do Tamboré. Segundo o diretor de RI da companhia, Leandro Bousquet, a BR Malls pretende usar seu caixa para projetos menores e aquisições.

Recentemente, a JHSF Participações informou ao mercado que seu Conselho de Administração aprovou a primeira emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no total de R$ 100 milhões, que serão aplicados principalmente em novos shoppings.

A JHSF tem três projetos em desenvolvimento: o Shopping Metrô Tucuruvi, em São Paulo, o Bela Vista, em Salvador (BA), e o Ponta Negra, em Manaus (AM).

Outro grupo, o General Shopping Brasil ainda não definiu as próximas aquisições, expansões e os novos desenvolvimentos que fará, de acordo com o diretor de Relações com Investidores da companhia, Alessandro Poli Veronezi.

No momento, a empresa está desenvolvendo o Shopping Barueri, com previsão de entrega no fim de 2010, e o Sulacap Shopping, no Rio de Janeiro, que deve ficar pronto no segundo semestre de 2011. As obras do empreendimento de São Bernardo (SP) estão previstas para ter início em 2010.

Expansão agressiva
A retomada dos lançamentos está sendo acompanhada pela expansão mais agressiva prevista para o varejo em 2010 e também nos anos seguintes.

A rede Lojas Americanas, que após o segundo semestre acelerou seu plano de abertura de lojas para 2009, estima que poderá abrir até 70 lojas no próximo ano e outras 400 unidades entre 2010 e 2013, num investimentos que deve somar cerca de R$ 1 bilhão.

Outra varejista que pretende ampliar sua expansão é a Marisa, que já tem a previsão de abertura de 28 novas filiais em 2010. A perspectiva no início deste ano era de apenas seis.

Fonte: O Estado de S. Paulo - SP

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