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Sinduscon: demissão em dezembro supera sazonalidade

Texto: Redação AECweb

Conforme o levantamento, o nível de emprego caiu 4% em dezembro ante novembro

2 de fevereiro de 2009 - A queda do nível de emprego da construção civil no País nos dois últimos meses de 2008 ultrapassou os efeitos da sazonalidade, resultando também da piora das perspectivas em relação às condições da economia, segundo pesquisa mensal do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e da FGV Projetos, baseada nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Conforme o levantamento, o nível de emprego caiu 4% em dezembro ante novembro. Se forem descontados os impactos da sazonalidade, a queda foi de 1,2%.

Na prática, segundo o Sinduscon-SP, 25% dos 87,4 mil empregos perdidos em dezembro não deveu-se a fatores sazonais, como período de chuvas e de férias. Ainda de acordo com a pesquisa, sem considerar os efeitos sazonais, a queda no número de postos de trabalho em novembro foi de 0,2%. Dos 21,7 mil postos de trabalho fechados em novembro, 15% não resultaram da sazonalidade.


O Sinduscon-SP citou, em nota, que, no fim de 2008, não se esperava que a crise fosse afetar, no curto prazo, o emprego formal na construção, pois o ciclo de produção asseguraria que as atividades permanecessem aquecidas até o fim do primeiro semestre de 2009. Em nota, o presidente da entidade, Sergio Watanabe, destacou que o setor mantém ritmo superior ao dos últimos anos, e que o estoque de trabalhadores com carteira assinada no fim de 2008 era de 2,084 milhões. Mas ele ressaltou que a continuidade desse ritmo dependerá do início de novas obras a partir da segunda metade do ano.

No Estado de São Paulo, a redução no nível de emprego em dezembro ante novembro foi de 2,62%. Se descontados os efeitos sazonais, o porcentual foi de 0,96%. Na prática, 37% das demissões tiveram outros motivos. As demissões superaram as contratações em todas as regiões do Estado. Na cidade de São Paulo, houve queda de 1,71% em dezembro e alta de 15,5% no ano. O número de trabalhadores do setor na capital no fim de 2008 era de 285,5 mil.

No dia 20 de janeiro, representantes do Sinduscon-SP se reuniram com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sintracon-SP), a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Imobiliário do Estado de São Paulo (Feticom) e a Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira Filiados à CUT (Conticom) para discutirem a possibilidade de adoção de ações conjuntas para a manutenção do emprego no setor.

Após o encontro, o diretor de Relações Capital-Trabalho do Sinduscon-SP, Haruo Ishikawa, disse à Agência Estado que a avaliação de empresários da construção era de que, por enquanto, não existe crise de emprego no setor. Conforme Ishikawa, as novas contratações devem ser retomadas em fevereiro, tanto no mercado imobiliário quanto na área de infraestrutura. "Em 2009, o emprego no setor deve crescer de 5% a 6%", disse o diretor do Sinduscon-SP na ocasião.

Fonte: Agência Estado - Chiara Quintão

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