SindusCon-SP mantém estimativa de crescimento para a construção
Cerca de 630 mil moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida deverão ser entregues entre 2011 e 2012
26 de agosto de 2011 - As perspectivas da construção continuam promissoras e está mantida a previsão de que o setor crescerá acima da variação do PIB em 2011. Um dos indicadores disto foi o aumento expressivo da contratação de mão de obra no segmento de preparação de terrenos entre abril e junho. Outro dado é que cerca de 630 mil moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida deverão ser entregues entre 2011 e 2012. E se espera o início das contratações da segunda fase do PMCMV neste semestre.
Este foi o cenário apresentado pelo vice-presidente de Economia do sindicato, Eduardo Zaidan, a nove analistas de instituições financeiras que visitaram o SindusCon-SP em 24 de agosto, trazidos pela associada do Banco Múltiplo Goldman Sachs do Brasil, Bianca Cassarino.
Além de Zaidan, receberam o grupo o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe; os vice-presidentes de Habitação Popular, João Claudio Robusti, e de Meio Ambiente, Francisco Vasconcellos; o representante do sindicato junto à Fiesp, José Romeu Ferraz Neto, e o superintendente Antônio Laskos.
Tarefas
Zaidan destacou que as perspectivas de médio e longo prazo da construção estão condicionadas às seguintes questões: aumento do investimento em infraestrutura, desenvolvimento de novas fontes de financiamento para a habitação e infraestrutura, desenvolvimento e fortalecimento do mercado secundário, industrialização maior dos processos produtivos, aumento da produtividade da mão de obra e avanço de forma sustentável, com ocupação adequada do solo.
Na mesma linha, Vasconcellos colocou a necessidade de agilização das aprovações e dos licenciamentos, destacando que desde o início das atividades de compra de um terreno até a regularização final da obra podem se passar 6 anos e 11 meses.
Segundo ele, os custos das obras também estão sendo pressionados pela escassez de pessoal especializado e pelo aumento significativo dos preços dos serviços.
"As construtoras buscam superar essa dificuldades treinando os trabalhadores nos próprios canteiros e adotando sistemas mais industrializados. Para investir mais em industrialização de processos e novas tecnologias construtivas, o SindusCon-SP espera a desoneração de tributos e a redução de encargos", disse.
Subsídios
Já Robusti relatou como a atuação do SindusCon-SP em favor de um modelo de financiamento de habitação de interesse social com subsídios influenciou na criação do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Ele também destacou a necessidade de União, Estados e Municípios articularem esforços para viabilizarem o programa. Citou a iniciativa do governo paulista complementar com R$ 20 mil o preço máximo de R$ 65 mil a ser pago pela Caixa para a construção de cada moradia destinada a famílias com renda mensal de até R$ 1.600.
Robusti relatou que a escassez de mão de obra também afeta a execução do programa habitacional. E destacou a necessidade de uma redução dos encargos do INSS e da tributação do ICMS para viabilizá-lo.
De seu lado, Ferraz historiou como o SindusCon-SP busca ajudar os órgãos públicos na agilização dos processos de licenciamento. E colocou o sindicato à disposição dos analistas para a obtenção de dados e estudos econômicos sobre a construção.
Preocupações
Indagados pelos analistas sobre o que mais os preocupam, os vice-presidentes listaram escassez de terrenos (Robusti), eventual declínio do crescimento econômico e da renda (Zaidan) e insegurança jurídica nos licenciamentos e aprovações ambientais, bem como a qualificação da mão de obra (Vasconcellos).
Ao encerrar a reunião, Sergio Watanabe indagou aos analistas o que eles esperam no atual cenário de crise financeira internacional. "Confiança do investidor, baseada em manutenção da estabilidade da economia, do crédito, da baixa inflação e da renda", foi a resposta.
Fonte: Sinduscon – SP