Sobratema aponta investimentos de R$ 1,48 trilhão em obras até 2016
Estudo aponta que o Brasil se transformou num grande canteiro de obras. Estão em andamento mais de 12 mil projetos na área de infraestrutura
21 de outubro de 2011 - Nos próximos anos o Brasil receberá fortes investimentos em infraestrutura, é o que apontou a Sobratema - Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção durante o Fórum - Brasil Infraestrutura - Cidades, no evento que aconteceu dia 18/10, no auditório da Fecomercio, em São Paulo.
Os dados foram apresentados pelo vice-presidente da Sobratema Mário Humberto Marques. A pesquisa contabilizou 12.265 obras divididas em 10 setores - que incluem Copa e Olimpíadas, num setor único - com investimentos de R$ 1,48 trilhão.
Na pesquisa, o desempenho da construção civil se mostrou muito atrelada ao crescimento do País enquanto que o setor de infraestrutura é bastante dependente dos investimentos públicos. Segundo o relatório do World Competitividade Global (2011-2012), o Brasil ocupa o 104º lugar no ranking da infraestrutura dentre 142 países. "O Brasil investiu 2,1% do PIB em infraestrutura (2006-2009), sendo que os desafios são grandes, desde mão de obra, investimentos, tributação, entre outros", destacou Mario Humberto.
A região Sudeste foi a que mais demandou volumes financeiros, só para São Paulo estão previstos 24 bilhões de reais para 2012 do Governo do Estado. Segundo o governador Geraldo Alckmin isso se deve pela quantidade de obras ocorrendo no estado.
“Nosso esforço de expansão está no centro expandido da capital”, salientou o governador. Alckmin lembrou também que a iniciativa de expansão de oito quilômetros de metrô até 2014 e a chegada até Taboão da Serra. Da mesma forma as obras para duplicação da Rodovia dos Tamoios orçada em R$ 4,3 bilhões estão previstas para começar em março de 2012 e devem ser concluídas num prazo de 20 meses.
Rio de Janeiro – O estado carioca também será alvo de importantes investimentos. Desde 2010 já estão ocorrendo importantes obras em função dos eventos da Copa e Olimpíadas. Na questão de mobilidade urbana o engenheiro da Odebrecht, Flávio Peres Goes, comentou a obra de construção do Teleférico no morro do alemão que aliou desenvolvimento econômico, qualidade de vida e regularização fundiária.
“Foi uma obra que exigiu desafios à engenharia. Tivemos que fazer o rebaixamento das linhas da empresa de energia Light para a passagem dos cabos. Também usamos tecnologia Francesa da fabricante Poma, líder mundial e com experiência nesse tipo de construção, e com garantia da companhia contratante que foi a Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro (Emop).”
Urbanização e saneamento – De acordo com o presidente da COHAB, Ricardo Pereira Leite, cerca de 3 milhões de pessoas vivem em assentamentos precários. Assim como a oferta de emprego está concentrada no centro expandido da capital a maior parte da população vive nas áreas periféricas. “Estamos tentando inverter essa situação, o conceito de cidades compactas prevê adensar áreas que não são adensadas”.
Para os próximos anos o governador Alckmin prometeu viabilizar novos sistemas de moradias. “Estão previstas 150 mil novas moradias, sendo 70 mil do projeto ‘Minha Casa, Minha Vida’ em parceria com o Governo Federal que prevê recursos da R$ 125,7 bi”.
Na questão que tange ao saneamento, conforme revelou Mario Humberto, um dos grandes desafios do País está em avançar os investimentos no setor. Somente 55,4% dos domicílios brasileiros têm acesso ao sistema de esgoto.
Até mesmo as grandes cidades brasileiras consolidadas como importantes economias estão deficientes em saneamento, como é o caso de Guarulhos na grande São Paulo que se vende como 9º maior economia do país, mas até pouco tempo não tinha sistema de tratamento de esgoto. “Cerca de 1 ano e meio atrás Guarulhos lançava 100% do esgoto no Rio Tietê”, lembrou Fabio Feldmann.
Fonte: Revista M&T