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Socorro imobiliário custou R$ 4,5 bi ao FGTS

Texto: Redação AECweb

Houve ainda desembolso de R$ 1 bilhão a empresas do setor de transportes

15 de janeiro de 2010 - O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) gastou cerca de R$ 4,5 bilhões em 2009 com a aquisição de papéis de oito empresas do setor imobiliário e cotas de fundos de recebíveis, com o objetivo de injetar liquidez e minimizar riscos de recessão gerados pela crise internacional à construção civil.

A informação é do vice-presidente de Fundos de Governo da Caixa Econômica Federal, Wellington Moreira Franco, ao complementar que houve ainda desembolso de R$ 1 bilhão a empresas do setor de transportes.

Moreira Franco destacou que uma das medidas anticrise do governo foi a resolução 578 do Conselho Curador do FGTS. Baixada no auge da crise internacional, em 2 de dezembro de 2008, a regra autorizava o uso de recursos do FGTS para aquisição de papéis privados, como debêntures emitidos por empresas do setor habitacional em dificuldades de caixa.

Citando os nefastos efeitos que a crise poderia causar na construção civil, setor de grande geração de empregos e que tinha engatado um período de expansão em 2007, o conselho curador autorizou, além de debêntures, também a compra de cotas de Fundos de Investimento em Diretos Creditórios (FIDCs), e de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).

Moreira Franco explicou que foi montada então uma carteira, com três linhas distintas. "Esses são recursos à parte dos financiamentos orçamentários usuais, para operações estruturadas de mercado", explicou.

A carteira tinha R$ 6 bilhões para a área imobiliária, dos quais foram desembolsados R$ 4,5 bilhões com a compra de debêntures de "sete a oito empresas", segundo o vice-presidente da Caixa, que citou a Gafisa e a Bairro Novo entre as emissoras. Para 2010, ainda há R$ 1,5 bilhão, disse.

Na linha destinada a empresas do setor de transporte foram gastos cerca de R$ 1 bilhão, restando R$ 2 bilhões para este ano. E na área de saneamento básico, segundo ele, foram fechadas operações no valor de R$ 850 milhões, mas ainda sem desembolso. Sobrando, portanto, cerca de R$ 2,1 bilhões para 2010.

Moreira Franco esclareceu que esses recursos do FGTS foram aplicados a taxa de mercado, para reforço de capital de empresas em tempos de crise. Mas deixou claro que o dinheiro não pode ser usado para adquirir fatias societárias.

Fonte: Valor Econômico

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