Sondagem mostra maior otimismo dos empresários da construção
Perspectivas de desempenho futuro apresentaram uma melhora considerável
15 de março de 2012 - Os empresários da indústria da construção iniciaram 2012 mais confiantes em relação ao desempenho de suas empresas e as perspectivas para os próximos meses. Na 51ª edição da Sondagem Nacional da Indústria da Construção, o indicador do desempenho presente das empresas atingiu 55,7 pontos, com alta de 3,8% em relação à Sondagem de novembro passado e queda de 5,3% em relação ao resultado da pesquisa de fevereiro de 2011.
As perspectivas de desempenho futuro apresentaram uma melhora considerável, com avanço de 5,8%, para 59,3 pontos, mas queda de 4,1% em comparação ao resultado de um ano atrás. A confiança dos empresários com relação à política econômica ficou em 52,8 pontos, registrando alta de 4,8% em relação a novembro, e crescimento de 1% na comparação com fevereiro de 2011.
A enquete, realizada pelo SindusCon-SP em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas), foi feita com uma mostra qualificada de 190 empresários do setor em todo o país, em fevereiro. Na sondagem, os empresários atribuem a cada quesito uma pontuação que vai de 0 a 100, na qual valores acima de 50 denotam desempenho ou perspectiva favorável. A exceção é no quesito das dificuldades financeiras, no qual valores acima de 50 apontam perspectiva ou desempenho não favorável.
Segundo o vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, “é compreensível que os empresários estejam ligeiramente mais otimistas do que no fim do ano passado, mas não tão otimistas como há um ano. É que em fevereiro de 2011 ainda estávamos sob o impacto do desempenho de 2010, quando a construção cresceu cerca de 15%, algo que será inigualável ainda por muitos anos. Mesmo assim, os números desta primeira sondagem de 2012 são muito bons.”
Melhor de humor - Em outro importante sinal de melhora no humor do mercado, a percepção sobre as dificuldades financeiras recuou 7,3%, para 50,1 pontos, enquanto a expectativa de redução da inflação mostrou expressiva melhora, para 50,6 pontos, indicando aumento de 25,2%. Nesse contexto, a melhora mostra que mesmo com o cenário externo ainda bastante incerto, as empresas estão encontrando condições melhores de acesso a financiamento. Tal cenário está relacionado à mudança na política de juros interna e ao fato de que ao contrário da crise de 2008, dessa vez os bancos mantiveram as linhas de crédito para as empresas.
A expectativa de crescimento econômico aumentou 1,8%, chegando a 49,3 pontos. No comparativo com um ano atrás, porém, houve queda de 15,7%. As perspectivas em relação à evolução dos custos, por sua vez, diminuíram 0,6% ante novembro, para 47,7 pontos. Na comparação com um ano antes, porém, o indicador que avalia as perspectivas de evolução de custos registrou uma elevação de 14%.
Perspectivas - A melhora na situação presente das empresas contribuiu também para a formulação de expectativas mais positivas para os próximos meses. O indicador de perspectivas registrou elevação – a maior taxa desde novembro de 2009 - na comparação com a última pesquisa de 2011. Por ser a primeira pesquisa de 2012, o indicador de perspectivas para os próximos meses confunde-se em certa medida com os ânimos para o ano como um todo. Assim, a pesquisa mostra que os empresários estão com esperanças renovadas, mas ainda em patamar inferior ao observado no início de 2011.
Essa melhora de percepção do empresário pode também estar relacionada à sinalização dada pelo governo de retomada dos investimentos em infraestrutura e da contratação do programa Minha Casa, Minha Vida.
Vistos em conjunto, esses números deixam claro que a desaceleração do ritmo de crescimento do setor com relação ao pico de 2010 parece preocupar menos os empresários da construção. O otimismo é moderado, mas se estende por quase todas as dimensões da Sondagem.
Fonte: Sinduscon – SP