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SP terá 20% da verba do PAC da Copa

Texto: Redação AECweb

R$ 922 milhões vão financiar metrô de superfície; Prefeitura e Estado vão bancar outras 18 obras

07 de dezembro de 2009 - São Paulo vai receber cerca de 20% dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana. O Comitê Paulista para a Copa de 2014 garante que o governo federal confirmou o repasse de R$ 922 milhões.

O dinheiro será usado na construção da Linha 17-Ouro do Metrô, um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) conectando o Aeroporto de Congonhas à rede metroviária e aos trens da CPTM. Além disso, governo estadual, Prefeitura e setor privado vão realizar obras de urbanização em áreas próximas ao Estádio do Morumbi.

O PAC da Copa, como é conhecido, deve ser lançado neste mês pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os ministros das Cidades, Márcio Fortes, e do Esportes, Orlando Silva, já haviam anunciado que os investimentos, de R$ 5 bilhões, vão financiar 64 projetos de infraestrutura de transporte nas 12 cidades-sede do Mundial. São Paulo também pleiteou verbas federais para erguer um terminal rodoviário no bairro Vila Sônia, mas o pedido foi negado.

Ainda não saiu a licitação para a nova linha do Metrô, orçada em quase R$ 3,1 bilhões. Na primeira etapa, Congonhas se ligará à estação São Judas do Metrô (Linha 1-Azul). Quando estiver pronto, o monotrilho vai conectar o aeroporto à estação Morumbi da CPTM (linha 9-Esmeralda) e às Linhas 1-Azul (na estação Jabaquara) e 5-Lilás (na futura Água Espraiada).

O VLT circulará suspenso em pilares erguidos sobre grandes avenidas. O projeto do Comitê Paulista prevê ainda a construção de sistemas de drenagem (piscinões) e de um edifício-garagem na Praça Roberto Gomes Pedrosa. Está sendo avaliada a possibilidade de instalar uma estação para a Linha Ouro em frente ao Estádio do Morumbi. A nova Linha 4-Amarela atenderá a região com trens subterrâneos.

A Linha Ouro é apenas mais uma ação do governo e da iniciativa privada para minimizar o histórico problema da mobilidade urbana em São Paulo, cotada para receber o jogo de abertura da Copa de 2014. Antes mesmo do apito inicial do torneio, a cidade já estará vivendo dias melhores. Por conta do evento, foi antecipado um calendário de 19 intervenções que beneficiarão o trânsito e o sistema de transporte público na capital e região metropolitana.

Governo do Estado e Prefeitura estão aplicando R$ 33,5 bilhões em mais 18 obras de infraestrutura e na compra de trens para o Metrô. Segundo o coordenador do Comitê Paulista e presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), Caio Luiz de Carvalho, os investimentos estavam planejados, mas ocorreriam num prazo mais elástico. Agora, a meta é que o pacote esteja pronto até a Copa das Confederações, em 2013.

"Além de melhorar a mobilidade e a acessibilidade para visitantes e moradores, esses projetos vão nos beneficiar nas avaliações da Fifa", afirma, apostando em São Paulo como sede da partida de abertura do Mundial de 2014. Brasília e Belo Horizonte estão entre os concorrentes.

Algumas ações já saíram do papel, como o alargamento da Marginal do Tietê e a construção do Trecho Sul do Rodoanel. Também foi iniciado o programa de expansão do Metrô e da CPTM. O edital de licitação para o Expresso Aeroporto, que ligará o Aeroporto Internacional de Guarulhos ao centro, deve ser publicado até o primeiro trimestre do próximo ano, informou, em nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos.

Tantas obras em pouco tempo causarão forte impacto na vida dos paulistas, afirma Rosana Ferrari, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo (IAB-SP). "Só o fato de estar em obras já piora a mobilidade em São Paulo", diz. Ela cita como exemplo a construção da terceira faixa da Marginal do Tietê, com interdições simultâneas em diversas pontes. "Do meu escritório em Jundiaí até o IAB-SP, no Largo do Arouche, eu demorava, em média, 40 minutos. Com a obra, não gasto menos de duas horas."

Fonte: O Estado de S. Paulo - SP

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