Tijolos ecológicos usados no PAC são produzidos por mão de obra carcerária
Fábrica na Zona Oeste do Rio prepara presos para concorrer no mercado de trabalho
27 de julho de 2011 - As casas populares do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são construídas com tijolos especiais com um formato de encaixe que dispensa o uso de cimento na construção. Os tijolos são feitos de barro, pó de pedra e 10% de cimento - ou seja, 85% da mistura é constituída por solo natural -, e não são levados ao forno, o que dispensa o consumo de energia poluente.
O caráter ecológico do material, no entanto, não é a única característica que o torna digno de nota: os tijolos são produzidos pela mão de obra dos internos que cumprem pena no Presídio Industrial Esmeraldino Bandeira, dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó, Zona Oeste do Rio.
Inaugurada há seis anos, com custo em torno de R$ 1 milhão, a fábrica produz 50 mil tijolos por mês. Os detentos trabalham dentro das normas de segurança e carga horária do Ministério do Trabalho, e recebem um salário mínimo como remuneração. Cerca de 250 internos já foram capacitados.
Segundo o presidente da Fundação Santa Cabrini, órgão da Secretaria de Administração Penitenciária, Jaime Melo, a fábrica de tijolos prepara os presos para o mercado de trabalho.
"No processo, eles são aproveitados nas frentes de trabalho que a Fundação Santa Cabrini possui. Em breve, me reunirei com o governador Sérgio Cabral para que possamos colocar estes apenados para trabalharem nas construções referentes à Copa do Mundo e às Olimpíadas", explica Melo.
Além das obras do PAC, os tijolos ecológicos também serviram de base para a construção de quiosques do Detran, da parte administrativa do Porto Açu, em São João da Barra, de escolas municipais e estaduais, além, da reforma da sede da Fundação Santa Cabrini.
Fonte: O Dia