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Trabalhadores pedem mais fiscalização nas obras

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Manifestação reuniu profissionais da construção civil, que reivindicaram por melhor condições de trabalho e reajuste salarial  

29 de abril de 2013 - Os trabalhadores da construção civil de São Paulo interditaram o trânsito na região central a cidade, em manifestação para lembrar os operários mortos nos canteiros de obras, reivindicar melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Segundo o Secretário Geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves Juruna, não se pode admitir em um País que promoverá grandes eventos, mortes devido à falta de segurança e fiscalização.

Uma greve está agendada para 13 de maio, caso os movimentos sindicais não consigam uma reunião com o Ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de SP (Sintracon), Antonio de Sousa Ramalho, a ideia é que, no encontro estejam presentes, além das centrais sindicais e do Ministro,  auditores especializados em segurança do trabalho.  Ramalho critica o sucateamento do Ministério do Trabalho e Emprego, que reduziu o número de auditores encarregados de fiscalizar as obras. Ainda segundo o sindicato, o governo tem adotado uma política de redução do número de funcionários.

Dados da Força Sindical apontam que em 2012 ocorreram 12 mortes.  Em 2013, cinco mortes já foram contabilizadas. O País passou de 1,7 milhão de trabalhadores na área da construção civil em 2002 para 3,6 milhões em 2012.

Além da Força Sindical e do Sintracon, participaram a Central Única dos trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores (CTB) e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).

A manifestação também lembrou o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, comemorado dia 28 (domingo). Os manifestantes partiram do bairro da Liberdade e se concentraram na rua Martins Fontes, em frente ao posto do Ministério do Trabalho.

Mortes em obras públicas

Questionado sobre as mortes que ocorreram nos estádios em Manaus, Brasília e mais recentemente na Arena Palestra, o presidente do Sintracon lamentou que apesar de serem empreendimentos milionários, essas mortes ainda aconteçam. “Se gasta uma fortuna em obras públicas , os trabalhadores viram dia e noite trabalhando nos canteiros — como na Arena Corinthians — no entanto, não se tem segurança.  No caso da Arena Palestra, só não houve mais mortes, por que os operários estavam em horário de almoço”, desabafa.

Segundo dados do Anuário Estatístico da Previdência Social, em 2001 ocorreram no país cerca de 340 mil acidentes de trabalho. Em 2007, o número subiu para 653 mil e, em 2009, chegou a preocupantes 723 mil ocorrências, dentre as quais foram registrados 2.496 óbitos. Ou seja, são quase sete mortes por dia em virtude de acidente de trabalho.

Estatísticas gerais

Os dados estatísticos de Acidentes de Trabalho de 2010 divulgados pelo Ministério da Previdência Social indicam que o número de óbitos aumentou entre 2009 e 2010. Foram registrados 2.560 em 2009 ocorrências contra 2.712 em 2010.

O Estado de São Paulo apesar de registrar uma redução no número de acidentes — de 249.289 registros em 2009 para 242.271 em 20100 —  continua sendo o com maior número de registros de acidentes de trabalho.

Quanto aos trabalhadores separados por idade e sexo, em ambos os grupos houve uma discreta redução nos números de acidentes, com exceção na faixa de até 19 anos, em que houve um pequeno aumento: de 26.336 em 2008 para 22.159 em 2009, subindo novamente para 22.847 em 2010.

Na análise no setor específico da indústria, a construção civil é o segundo no rancking de ocorrências, com 54.664 registros, perdendo apenas para o setor de produção de alimentos e bebidas, com 59.976 ocorrências.

Fonte: DCI

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