Vagas na construção vão estar em alta em 2010
Postos de trabalho com carteira assinada podem chegar a 2,4 milhões
05 de janeiro de 2010 - A construção civil é uma das promessas brasileiras para 2010. Um dos motivos é o bom desempenho que o setor teve em 2009: começou abalado pela crise, se recuperou e terminou o ano com dados positivos, não de retração.
A perspectiva é que o emprego tenha crescido 7,3% em 2009 no Brasil, segundo levantamento do SindusCon-SP (sindicato da construção civil) com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) e divulgado como previsão no final de 2009.
O número é bem superior ao que o sindicato esperava no começo do ano passado, disse Ana Maria Castelo, economista da FGV Projetos, durante evento para divulgação desse material. “O ano de 2009 acabou sendo melhor do que o fim de 2008. O desempenho foi melhor do que se podia imaginar (...) A partir de janeiro as empresas voltaram a contratar, e em julho o setor recuperou as vagas perdidas no final do ano [de 2008]”.
A expectativa para 2010 é de que as vagas sejam 8% maiores do que em 2009. Os postos de trabalho com carteira assinada podem chegar a 2,4 milhões.
O vice-presidente de política, relações trabalhistas e recursos humanos do Sinduscon-MG, Bruno Vinícius Magalhães, conta que as vagas estão sendo ocupadas "em todos os níveis de qualificação e instrução, desde o servente até o engenheiro". “O setor como um todo está promissor no Brasil. Temos o pré-sal, as Olimpíadas em 2014, a Copa do Mundo em 2016 e o programa Minha Casa, Minha Vida, com a construção de um milhão de moradias [perspectivas]. Ou seja, toda a expectativa positiva da economia, de desenvolvimento do país, passa pelo setor da construção”.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou pesquisa na qual foram analisadas cinco regiões metropolitanas e o Distrito Federal. No Nordeste, o destaque ficou para a região metropolitana do Recife: foram criadas 42,6% mais vagas nos últimos 12 meses, na comparação com 2008/2007. Em Salvador o crescimento foi menor, mas também significativo: 6,5%.
Magalhães conta que, de janeiro a outubro de 2009, o setor de construção civil gerou 28.716 vagas no Estado de Minas Gerais, e a região metropolitana de Belo Horizonte, 20.733 vagas.
“Essas regiões podem ter destaque por alguma obra específica e pelas fases em que se encontram as obras. Cada região tem suas especificidades. No caso de MG, por exemplo, estamos com a construção do Centro Administrativo do Governo estadual, que gerou muitas vagas de emprego e também o desenvolvimento da várias regiões e cidades em seu entorno. Temos a linha verde e outras obras específicas, o que também deve ter ocorrido nessas regiões citadas como DF e Recife. No caso do Recife, podemos citar as obras de estímulo ao potencial turístico dessas regiões”.
A região está recebendo grande fluxo de investimento e se desenvolvendo. As capitais, principalmente Fortaleza e Recife, concentram muitos projetos imobiliários. O aumento da renda local permitiu aos moradores reformar ou comprar uma casa. A reforma de "puxadinhos" entra nessa categoria, segundo a pesquisa do Sinduscon-SP.
Quando analisadas as cinco regiões do Brasil entre janeiro e setembro de 2009, verifica-se que apenas no Norte o nível de emprego encolheu, 1%. As outras tiveram expansão no emprego formal: Nordeste e Sul, 9%; Sudeste, 7%; e Centro-Oeste, 5%.
Para aproveitar as oportunidades que vão surgir, tanto na infra-estrutura como no setor imobiliário, vale a pena procurar as vagas que sentem mais falta de profissionais especializados e investir nelas.
Fonte: R7 - SP