Valor dos terrenos afeta Minha Casa, Minha Vida no Rio
Superintendente regional da Caixa Econômica Federal no Rio afirma que Estado conseguirá bater todas as metas
26 de julho de 2010 - Em ritmo mais lento, o Rio de Janeiro segue o cronograma das contratações do programa "Minha Casa, Minha Vida". Apesar de ainda não ter cumprido a meta anual antecipadamente, como outros Estados do país, a superintendente regional da Caixa Econômica Federal no Rio, Nelma Tavares, afirma que o Estado chegará ao fim do ano com todas as metas batidas. "Tivemos alguns problemas pontuais e locais, mas estamos com a meta mensal em dia", explica ela.
Para o Rio, a meta anual de imóveis de zero a três salários mínimos (R$ 1.530) é de 29.863. Ela conta que quatro construtoras entregaram seus projetos fora do padrão definido, com imóveis menores do que o mínimo exigido pelo programa. Por isso, foi necessário refazer os projetos. Além disso, no interior do Estado, fora da região metropolitana, o valor dos terrenos está acima do viável, o que dificulta a execução. "Eles estão pedindo uma fortuna", reclama
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro (Sinduscon), Roberto Kauffmann, acrescenta que no Rio, na maioria das vezes, construir o imóvel para a renda de até R$ 1.530 é inviável. Kauffmann explica que o metro quadrado da construção custa entre R$ 900 e R$ 1.000. "Num imóvel de 50m2, o custo já é os R$ 50 mil previstos como preço final. Se comprar o terreno e construir a infraestrutura, nem pensar".
Ele ainda lembra que alguns projetos estão em áreas onde é necessário grandes modificações nos terrenos, como contenções de encostas, o que encarece ainda mais a execução. Segundo Kauffmann, a maioria dos projetos já contratados está em locais onde a prefeitura doa o terreno e completa a infraestrutura.
A superintendente da Caixa, no entanto, afirma que o interesse das construtoras é grande. No município do Rio, por exemplo, a meta até junho era de 8.340 unidades e foram contratadas 8.457, na faixa de renda menor. Contando todas as faixas, de zero a dez salários mínimos (R$ 5.100), a meta do Estado do Rio é de 74.657 unidades. "Já temos apresentadas, ao todo, 79.594". Deste total de unidades propostas, 30.865 são de residências até três mínimos, enquanto a meta de unidades contratadas é de 29.863 até dezembro.
Fonte: Valor Econômico - SP