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Varejo da construção aposta em retomada após isenção

Texto: Redação AECweb

Anúncio de redução de imposto foi muito comemorado

31 de março de 2009 - De olho no mercado de pouco mais de 41 milhões de lares que necessitam de reforma no País, o setor varejista de construção comemora o anúncio do governo federal, que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre 30 itens pelos próximos 90 dias. Para Cláudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), este é o grande trunfo do setor: ter demanda. "A intenção do governo é estimular o segmento da autoconstrução." As grandes redes de varejo começam a se articular. Um exemplo é a Dicico, que já pensa em repassar os descontos e anunciar promoções. NaC&C e na Telhanorte, a expectativa é no aumento de demanda nas lojas.

Conz destaca o fato de o setor ter uma demanda forte. "Hoje 36% afirmam que vão reformar. Queremos os 77%", brinca. Para o presidente da Anamaco, os pacotes de anúncios do governo, como da construção de um milhão de casas e da possibilidade de a classe média financiar imóveis através do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) já começa a aquecer o varejo. "As lojas já compram 5 % para atender construtoras. Já a redução do IPI é uma verdadeira injeção na veia, pois, a partir de hoje os preços são mais atrativo em até 8,5% para o consumidor", destaca. Conz acentua que a previsão de crescimento do setor era de 8% para este ano e caiu para 5%, devido a queda de 12% no volume físico das vendas do primeiro bimestre.

"Daqui a 60 dias mostraremos ao governo o impacto que a medida na economia e podemos rever a meta de 5% para cima. Se o IPI fosse 0% para todos materiais de construção, o governo teria a garantiria 0,07 pontos percentuais no Produto Interno Bruto (PIB) nacional."

Nas redes varejistas, o anúncio da redução do imposto foi comemorado. Claudio Fortuna, diretor de Marketing da Dicico, que na semana passada disse ao DCI acreditar que o governo reveria o pacote da construção e beneficiar as redes de varejo, comemorou mais a redução do IPI. "Ficamos satisfeitos e vamos repassar integralmente as reduções, já até fizemos algumas ofertas. Vamos preparar campanhas para o consumidor assimilar de forma rápida este redução."

Fortuna, que acredita em crescimento de 28% da rede este ano, prevê maior movimento nas lojas "O anúncio de que a redução é apenas por 90 dias, traz urgência para o consumidor comprar. Como chamariz faremos o frete grátis, em alguns casos."

Na concorrente C&C, Jorge Gonçalves Filho, diretor-geral da empresa, analisa que a redução vai motivar o consumidor ir as lojas e melhorar a demanda de vendas, uma vez que ele acredita que a concorrência entre as rede é de alto nível. "É bom para aproveitar o momento. É o start do consumo, e o consumidor vai sentir de imediato a economia. As redes de material de construção já travam boas batalhas", ressaltou.

Gonçalves Filho exemplifica que em uma obra em andamento, em que o consumidor fosse gastar R$ 10 mil, com as reduções economizaria, ao menos R$ 500. "É um bom dinheiro e se o governo estadual fizesse redução de ICMS ou reformas na forma de arrecadar, os descontos seriam maiores e a demanda aumentaria mais ainda, pois são produtos interessantes para gerar demanda em uma obra."

O diretor salienta que hoje sairá no Diário Oficial da União lista de todos os itens - cerca de 30 - que terão redução e com isto pode analisar a melhor forma de fazer promoções. "Final de semana passado fizemos o anúncio de promoções para chamar o público. Hoje já planejamos ofertas, pois nosso pensamento é crescer e não pensar em crise."

Na opinião de Marcelo Roffe, diretor de Mercadorias e Marketing da Telhanorte, pertencente à rede Construmega, que também detém as marcas Telhanorte Pro e Center Líder, a medida colabora com as ações para ativar a cadeia econômica e favorecer a recuperação do ritmo de crescimento. "Acreditamos que a medida beneficia diretamente os fornecedores, os consumidores finais, que terão uma economia real, e a redução de IPI ajuda a combater a informalidade, pois diminui a competitividade do sonegador."

Roffe destaca que o consumidor será informado sobre a redução do imposto nos pontos-de-venda a partir de hoje, com material de identificação dos produtos que sofreram redução de preço graças à medida do governo. "Os resultados não poderão ser medidos imediatamente, mas a Construmega acredita que só contribuirão para o processo de expansão pelo qual a rede passa no momento."

Fonte: DCI – SP - Fernando Teixeira

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