Venda cresce 35,77% em SP com virada do mercado
Apartamentos foram os preferidos daqueles que fecharam contrato
09 de maio de 2011 - A"virada" de comportamento dos mercados de imóveis usados e de locação residencial de São Paulo aconteceu antes da Virada Cultural que agitou a capital em abril. A venda de casas e apartamentos em fevereiro cresceu 35,77% e a locação de residências e apartamentos aumentou 23,37% em relação a janeiro. O ano começara com baixa tanto na venda (- 28,56%) quanto na locação (- 5,77%).
Pesquisa feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) com 492 imobiliárias da capital apurou que foram vendidos 240 imóveis usados em fevereiro. Isso fez com que o índice de vendas desse um salto de 35,77%, passando de 0,3593 em janeiro para 0,4878 em fevereiro. Essas mesmas imobiliárias alugaram 1.054 casas e apartamentos, performance que assegurou alta de 23,37% no total de novos contratos ao puxar o índice de locação de 1,7365 em janeiro para 2,1423.
"O bom desempenho dos dois mercados tem várias causas, como o crescimento da renda das famílias, a permanência dos financiamentos imobiliários e a ausência do Carnaval", afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Creci. "Como o Carnaval neste ano caiu em março, tivemos em fevereiro maior número de dias úteis disponíveis para a pesquisa e a consequente decisão de compra e de locação de imóveis", justifica.
A transformação da "virada" de fevereiro em uma tendência nos próximos meses vai continuar dependente de muitos fatores, como a estabilidade da renda familiar, o crescimento dos empregos e a oferta de crédito imobiliário. Mas o presidente do Creci observa que o início da crise na produção de imóveis novos pode beneficiar tanto o mercado de imóveis usados quanto o de locação.
"Há notícias de atrasos em muitas obras de edifícios residenciais na capital por causa do apagão de mão de obra e de materiais, o que cria instabilidade nesse segmento e poderá levar futuros compradores a trocar o imóvel na planta pelo imóvel usado", argumenta. "Os usados, afinal de contas, estão prontos e disponíveis, costumam ter área útil maior e seu preço é menor do que o de um imóvel similar ainda a ser construído".
A pesquisa constatou que não houve mudança em uma preferência dos compradores - os apartamentos foram mais vendidos (68,75%) do que as casas (31,25%) em fevereiro. Os imóveis mais vendidos em fevereiro foram os de valor superior a R$ 200 mil, que somaram 73,3% do total de contratos formalizados nas 492 imobiliárias pesquisadas, a maioria vendida com financiamento.
Fonte: Folha de Alphaville - SP