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Venda de imóveis abre oportunidade para pequenas empresas na construção

Texto: Redação AECweb

Do total de 170 mil organizações formais existentes na construção civil, 90% são de micro ou pequeno porte

22 de março de 2012 - Vários fatores estão abrindo oportunidades para pequenos e médios empreendedores na área da construção civil: a venda crescente de imóveis, o maior poder de compra da classe C, a segunda fase de programas como o Minha Casa Minha Vida e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Segundo estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), para o PIB (Produto Interno Bruto) do país avançar 5% ao ano, o PIB da construção civil precisa crescer 6%. Essa meta só será atingida se todo o setor ampliar a produtividade em 3%.

É aí que entram as pequenas e médias empresas. Do total de 170 mil organizações formais existentes na construção civil, 90% são de micro ou pequeno porte. E são elas que precisam produzir de forma mais eficiente e crescer.

Para um dos vice-presidentes do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil), Maurício Bianchi, há gargalos no setor que deveriam ser resolvidos por meio de parcerias entre grandes e pequenas empresas.

Licenciamento, logística e acabamento fino são boas promessas

As empreiteiras buscam empresas menores para o licenciamento das obras, acabamento fino e logística – entregas feitas por VUCs (Veículo Utilitário de Carga, caminhões menores que os tradicionais), por causa da proibição de circulação dos caminhões pesados na região central das grandes cidades.

Na finalização dos prédios, ele identifica espaço em arremate de rodapés, guarnições de janelas, colocação de luminárias e metais, instalações elétricas e hidráulicas. “Cada construtora devia ter dez empresas menores trabalhando em conjunto, de forma organizada, para a prestação desse tipo de serviço.”

No entanto, Bianchi identifica como barreira para os pequenos empreendedores se firmarem nesse mercado a dificuldade de os prestadores de serviços se organizarem administrativamente, além da elevada carga tributária. “A pequena empresa fecha, e o passivo trabalhista recai sobre a contratante.”

Enquanto os pequenos não conseguem vencer os obstáculos, empresas já consolidadas surfam na onda da construção civil. Alexandre Ortega, franqueador da rede Praquemarido, começou o negócio com foco voltado para as pequenas reformas, normalmente, contratadas pelos donos dos imóveis.

Hoje esse é um braço da rede, mas não o mais importante. Ortega já presta serviço para grandes construtoras, exatamente, nas áreas apontadas pelo vice-presidente do Sinduscon-SP.

“As pequenas empresas precisam se associar para atender a procura, porque, normalmente, elas não têm produtividade suficiente”, afirma Ortega. Outra boa dica são as obras do programa Minha Casa Minha Vida para atender à população que ganha até três salários mínimos.

“Esses imóveis só dão lucro se construídos por empresas menores, nas quais os custos fixos são mais baixos. O engenheiro da obra é o próprio dono”, diz Bianchi. Especialmente em cidades distantes dos grandes centros urbanos, os contratos podem ser atendidos por várias empresas menores. “Elas trocam e compartilham profissionais como telhadista e assentador de cerâmica.”

Qualidade é o primeiro passo para a microempresa

É na parceria com organizações maiores que o casal Luiz Marquez e Cristiane consolida a Sky Limpeza. Aberta há pouco mais de um ano, a microempresa oferece serviços de limpeza pesada depois da fase de acabamento fino ou, após a mudança dos moradores, aplicação de verniz e resinas acrílicas.

Mesmo sem investir em divulgação, a agenda do casal está lotada. “A construção civil está bombando, mas há muita informalidade e picaretagem. Para se firmar, o pequeno empresário tem que ter qualidade”, diz Marquez. Por isso ele buscou capacitação em gestão antes de abrir o negócio e fez também alguns cursos sobre os produtos químicos usados no serviço.

O casal, com outros oito funcionários, põe a mão na massa e, em geral, finaliza os serviços em dois dias. “Mas organizamos a agenda de forma que, no terceiro dia, voltamos aos clientes para passar o pente fino. São os detalhes que os nossos olhos não viram, mas os do cliente, com certeza, vão enxergar.”

Fonte: UOL

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