Venda de imóveis novos dobra na capital de SP
Pesquisa Mensal sobre Mercado Imobiliário do Secovi-SP registra evolução no total de unidades lançadas
23 de julho de 2009 - Os sinais de fôlego da economia brasileira tiveram reflexo direto sobre o mercado imobiliário. Em maio, foram vendidas quatro mil unidades novas na capital, o dobro do volume de abril. Apesar do bom momento, a recomendação é esperar porque os juros do financiamento devem baixar.
O aumento das vendas está registrado na Pesquisa Mensal sobre Mercado Imobiliário do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), que também verificou uma evolução no total de unidades lançadas, que saltou de 1,1 mil em abril para 2,2 mil em maio.
Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), atribui a melhora nas vendas e o aumento dos lançamentos aos sinais de recuperação econômica. Oliveira avalia que os consumidores estão mais confiantes na manutenção do emprego e retomaram o projeto da compra da casa própria, que muitos haviam abandonado desde setembro, quando a crise dava seus primeiros sinais.
Oliveira observa que, desde maio alguns bancos vêm reduzindo as taxas do crédito imobiliário e têm alongado prazos para até 30 anos, o que facilita as operações.
Para ele, apesar do momento favorável, quem não tiver urgência em adquirir o imóvel deve esperar. Ele acredita em novas quedas nos juros e alongamento nos prazos. "Mais bancos devem oferecer crédito de 30 anos", afirma.
Flávio Prando, vice-presidente do Secovi-SP também acredita que haja novas reduções de juros caso os depósitos na poupança continuem superando o total das retiradas. Pelos dados do Banco Central (BC), o saldo foi de R$ 1,88 bilhão em maio e cerca de R$ 2,1 bilhões em junho.
Pela legislação, os bancos são obrigados a aplicar 65% dos recursos da poupança no mercado imobiliário. O que não for usado é recolhido ao BC por 30 dias e remunerado pela Taxa Referencial (TR).
Laerte Temple, coordenador do MBA Negócios Imobiliários, da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), acredita que a concorrência entre os bancos deve resultar em novas quedas de juros, impulsionadas também pelos investimentos internacionais no setor.
"Há investidores que não encontram espaço na Europa então se voltam para o Brasil, que é um mercado seguro", avalia. Mas Temple ressalta que o aquecimento das vendas deve elevar os preços.
Segundo ele, a escassez dos terrenos os torna mais caros, quadro reforçado pela diminuição da área usada para construção, o que encarece o valor das unidades.
Fonte: Jornal da Tarde - SP