Venda de imóveis novos é a menor desde 2004, aponta Secovi
Mês de janeiro é tradicionalmente mais fraco devido o período de férias
23 de março de 2011 - O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo começou o ano com 830 unidades comercializadas em janeiro -- o menor número desde 2004 (quando houve mudança na metodologia do levantamento). Na comparação com o mesmo mês de 2010, houve recuo de 45%, ante os 1.508 imóveis vendidos no ano passado. Os dados foram divulgados na última terça-feira (22) pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação).
De acordo com o Secovi, o mês é tradicionalmente mais fraco devido o período de férias. Celso Petrucci, economista-chefe da entidade, acredita tratar-se de um fato pontual e diz que ainda é cedo para traçar tendências. Ele destaca como positiva a alta registrada nos lançamentos: 601 unidades, contra 590 unidades em igual período do ano passado.
O nicho de dois quartos vendeu 307 unidades, equivalente a 37% do total comercializado na cidade, confirmando a liderança na segmentação por tipologia de dormitórios. Imóveis de três dormitórios ficaram com a segunda maior fatia: 257 unidades (31%).
No segmento de dois dormitórios, a pesquisa apurou unidades vendidas por até R$ 200 mil em bairros periféricos, enquanto nos mais tradicionais para o mercado imobiliário (Mooca, Vila Prudente, dentre outras), a faixa de valores médios oscilou entre R$ 250 mil e R$ 500 mil. Já imóveis de três quartos se destacaram em locais como Morumbi, Perdizes, Mooca, com valores médios entre R$ 350 mil e R$ 700 mil.
Unidades de quatro dormitórios contribuíram com 20,4% e 169 imóveis vendidos.
Região Metropolitana
A região metropolitana registrou a venda de 2.535 unidades em janeiro. A cidade de São Paulo participou com 32,7% e as demais concentraram 1.705 unidades. Houve queda da ordem de 32,5% em relação às 3.753 unidades vendidas no primeiro mês de 2010 na região metropolitana.
Lançamentos
A Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio) apurou em janeiro um total de 601 unidades colocadas em oferta na cidade de São Paulo. A participação da capital foi de 37,3% no volume de lançamentos da região metropolitana, considerando-se os 1.610 imóveis ofertados no mês.
Como a sazonalidade de início do ano atinge também o segmento de imóveis comerciais, janeiro contou com o lançamento de apenas um empreendimento, com 31 conjuntos, na capital.
De acordo com Celso Petrucci, por se tratar do primeiro mês do ano, o efeito sazonal explica a retração do mercado de imóveis novos residenciais. Ele ressalta ainda a nítida tendência de redução da relevância da cidade de São Paulo nos resultados da Região Metropolitana. Até 2006, a Capital representava de 74% a 80% do mercado, e vem passando por processo gradual de queda de participação (55% em 2010).
Fonte: Folha de São Paulo