Venda de materiais cresce aquém do previsto
Este é o terceiro mês consecutivo de retração para o setor no comparativo com o mesmo mês do ano anterior
29 de junho de 2011 - As vendas internas de materiais para construção cresceram 6,48% em maio ante abril, de acordo com pesquisa mensal divulgada ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Em relação a maio de 2010, no entanto, houve queda de 0,85%. Este é o terceiro mês consecutivo de retração para o setor no comparativo com o mesmo mês do ano anterior, após 16 meses seguidos de alta.
Em 2011, as vendas mostram leve acréscimo de 0,57% na comparação com igual período de 2010. Nos 12 meses encerrados em maio, as vendas apresentam alta acumulada de 4,41%. Em nota, o presidente da entidade, Melvyn Fox, avalia que o resultado mostra que o setor continuará crescendo abaixo das expectativas previstas no início do ano, mas seguirá acompanhando a tendência da economia brasileira como um todo.
No momento, a Abramat ainda prevê crescimento de 7% para as vendas em 2011. Porém, caso o ritmo de desaceleração na economia se mantenha, a entidade diz que, em julho, poderia rever essa estimativa para entre 5% e 6%.
No balanço mensal, as vendas de materiais de acabamento cresceram 7,8% em relação há um ano antes, superando o desempenho dos produtos de base, que mostraram queda de 4,93% no mesmo intervalo. Em relação a abril, as vendas aumentaram 5,93% e 6,77%, respectivamente. Já no acumulado do ano, enquanto as vendas de produtos de acabamento subiram 7,86% ante igual período do ano anterior, as de materiais básicos caíram 3%. No período, o número de empregados na indústria de materiais cresceu 8,33% em relação a maio do ano passado. Na comparação com o mês anterior, o crescimento ficou em 1,15%.
Minas
Sem revelar números, o presidente da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (ACOMAC - Minas Gerais), Ricardo Caus, disse que as vendas em maio foram superiores às registradas em abril e que a expectativa para o segundo semestre é ainda mais positiva para o setor. Para ele, o bom desempenho do setor é reflexo do mercado, que está aquecido desde 2010. "De julho a novembro podemos dar uma alavancada ainda maior nas vendas", prevê.
Como todo segmento econômico, a venda de material de construção também tem o seu período de "safra", de maio a novembro. Entre dezembro e abril, período de chuvas, o consumidor costuma destinar mais recursos para o Natal, férias e pagamento de tributos. "Além do tempo seco, o consumidor está com mais dinheiro agora e volta a focar na construção, que é sempre um bom investimento porque valoriza os imóveis", relata.
Na Loja Elétrica, as vendas em maio foram 7% maiores que as registradas em abril, segundo o diretor administrativo financeiro, Wagner Mattos. "O comércio tem acompanhado a inflação", observa. Para ele, as medidas de contenção do consumo do governo federal, como a menor oferta de crédito, não tem reduzido as operações.
No entanto, o número de orçamentos caiu bastante na Loja Elétrica e as vendas estão mais negociadas. Para Mattos, esses são "sintomas" claros de arrefecimento, a médio e longo prazos.
No comparativo com maio do ano passado, o quinto mês de 2011 registrou crescimento de 12% nas vendas. Segundo ele, a base de comparação é muito forte, o que sugere cautela em relação aos resultados obtidos, em um cenário econômico distinto do anterior.
Para manter as vendas aquecidas, a empresa tem feito um esforço de vendas para garantir o faturamento. Promoções de produtos e redução de preços são parte da estratégia adotada nas 11 filiais espalhadas pelo Estado.
Na Cerâmicas Nacionais Reunidas (CNR), que possui oito lojas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foram comercializados 8% mais em maio ante o mês anterior. O resultado do primeiro semestre ficou estável, no comparativo com o mesmo período de 2010, já que em janeiro e fevereiro e abril houve considerável retração nas operações realizadas.
“Temos observado que o preço dos produtos baixou. Estamos vendendo mais quantidade, pelo mesmo valor", ressalta. Para 2011, a perspectiva é positiva, com previsão de crescimento de 4,5% ante o exercício anterior.
Fonte: ACOMAC – Minas Gerais