Vendas da indústria têm alta de 23% influenciada pela construção civil
Resultado foi influenciado pelo setor no 1º semestre, com vendas de bens duráveis. Próximos meses devem ter ritmo menos intenso
30 de julho de 2010 - As vendas reais da indústria do Rio de Janeiro no primeiro semestre deste ano superaram em 23,3% o resultado obtido em igual período do ano passado, segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), na quinta-feira. Fortemente influenciado pelo desempenho das encomendas da construção civil e as vendas de bens de consumo duráveis, especialmente automóveis, o indicador mostrou acomodação em maio, com queda de 3,2%.
Os próximos meses devem registrar um ritmo menos intenso de expansão da atividade, de acordo com a entidade que reúne as indústrias do estado.
"De qualquer forma, é possível esperar que o ano se encerre com vendas reais em torno de 15% superiores a 2009", explicou a diretora de Desenvolvimento Econômico da Firjan, Luciana de Sá.
Considerada "expressiva" pela Firjan, a alta nas vendas foi acompanhada de aumento de 10,6% no número de horas trabalhadas, em comparação com o primeiro semestre de 2009. Em junho, houve recuo de 0,9% na série ajustada sazonalmente.
Esse movimento não foi suficiente para frear a alta da utilização da capacidade instalada, que depois de seguidos recordes mensais encerrou o semestre com o maior nível desde 2003, na série dessazonalizada: 82,5%, ante 82,42% em maio.
O pessoal ocupado na indústria fluminense manteve a tendência de crescimento em junho, com 0,51%. Foi o 14º crescimento mensal consecutivo, resultando em expansão de 5,76% no primeiro semestre. Com a geração de postos de trabalho, a massa salarial cresceu 7,53% na comparação semestral, apesar de ligeira acomodação em junho na série dessazonalizada (0,10%), relativamente a maio.
Emprego
Também no primeiro semestre, o Rio registrou a geração de 88.591 postos de trabalho com carteira assinada, recorde para o período na série histórica, iniciada em 1995. A indústria foi responsável por 16.523 vagas, também nível recorde. Os dados foram divulgados na Nota Técnica "Acompanhamento do Mercado Formal de Trabalho Fluminense", divulgada pela Firjan com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
As principais atividades industriais contratantes no Rio foram Material de Transportes (naval e automotivo), com 4.052 novos trabalhadores e expansão de fábricas; Produtos Alimentícios, Bebidas e Álcool Etílico (3.295), principalmente nas atividades de catering e serviços de comida preparada, bebidas e moagem de cereais; Indústria Química de Produtos Farmacêuticos, Veterinários e Perfumaria, com 1.864 novos empregos na fabricação de produtos plásticos e farmacêuticos; e a Têxtil do Vestuário e Artefatos de Tecidos, com saldo recorde de 1.527 postos, principalmente em confecção de roupas íntimas.
Ainda que em menor escala, dois outros ramos bateram recordes de contratações para o semestre em função do aquecimento econômico: Material Elétrico e de Comunicações (396), com encomendas do setor automotivo; e Minerais Não-Metálicos (890), em grande parte pela fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes para atender a construção civil.
A construção civil no estado também registrou boa expansão dos postos de trabalho, com abertura de 14.925 novas vagas em 2010. Foi a segunda melhor marca na série histórica, ficando atrás apenas do desempenho de 2008.
No Brasil, a geração de vagas no primeiro semestre foi de 1.473.320 novos postos, também recorde histórico. O resultado é 8,2% maior que o registrado em 2008, até então o nível mais alto. Seis dos oitos setores econômicos acompanhados bateram marcas históricas: Serviços (490.028), Indústria de Transformação (394.148), Construção Civil (230.019), Comércio (144.135), Serviços Industriais de Utilidade Pública (9.862) e
Fonte: Jornal do Commercio - RJ