Vendas de cimento recuaram 9,5% em outubro
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Entretanto, ao analisar os valores acumulados de 2021, os números são positivos com alta de 7,5% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado
Foram comercializadas 5,4 milhões de toneladas do insumo em outubro (Foto: chomplearn/Shutterstock)
10/11/2021 | 11:34 – Dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC) mostram que foram comercializadas 5,4 milhões de toneladas do insumo em outubro. O resultado representa um recuo de 9,5% frente ao mesmo mês de 2020. Entretanto, ao analisar os valores acumulados de 2021, os números são positivos com alta de 7,5% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. A performance do setor está em uma descendente desde o último mês de abril, quando o acumulado do ano chegou ao pico de 20,8%.
Se verificadas as vendas de cimento por dia útil, foram 237,3 mil toneladas em outubro — queda de 4,2% em relação a setembro. Para o SNIC, o resultado reforça que o período de maior crescimento no ano ficou no passado. As vendas no setor são sustentadas pelo desempenho do mercado imobiliário e pela melhora na confiança do empresariado e do consumidor. Além disso, apesar de lenta, há ainda uma recuperação no mercado de trabalho.
Entretanto, a desaceleração das atividades industriais, a elevação dos juros e da inflação, o desempenho fraco das lojas de materiais de construção e a perda do poder de compra (diminuição da renda e desemprego) afetaram a indústria do cimento de maneira significativa.
"Apesar de os lançamentos e as obras imobiliárias se manterem em elevado patamar, as vendas de cimento vêm arrefecendo nos últimos meses”, diz Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, lembrando que os grandes volumes de chuva em outubro — principalmente nas regiões sudeste e sul — também contribuíram de modo negativo no desempenho do setor.
“A preocupação da indústria do cimento continua relacionada ao alto endividamento — o maior nível da série histórica iniciada em 2005 — e à queda na renda do brasileiro, além dos conhecidos gargalos e aumento dos preços das commodities industriais como energia, coque, elétrica, sacaria, refratários e frete", afirma Penna.