Vendas de material de construção crescem 25%
Corte de IPI de 30 produtos melhorou desempenho do setor, que vai pedir a prorrogação da desoneração
7 de maio de 2009 - A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) elevou em 25% a venda dos materiais de construção incluídos no pacote de ajuda do governo federal, em vigor desde 1º de abril. O desempenho só não foi melhor por que o mês teve apenas 17 dias úteis, observou o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Conz. Com base nos números, o executivo disse que vai lutar pela prorrogação da desoneração fiscal, a exemplo do que ocorreu no setor automobilístico.
Nos primeiros dois meses do ano, com a deterioração do ambiente doméstico, as vendas de material de construção despencaram 12% em comparação com igual período do ano passado. Em março, antes do anúncio de desoneração fiscal, o setor conseguiu uma ligeira recuperação de 1,5% comparado a março de 2008, destaca o presidente da Anamaco, associação que representa 138 mil lojas de material de construção em todo País.
Em abril, o crescimento de 25% dos produtos desonerados incrementou as vendas reais do setor em 4,5%. No total, 30 itens tiveram a redução ou isenção total do IPI.
Apesar da reação no mês passado, o setor ainda não conseguiu recuperar todas as perdas do primeiro bimestre. "Mesmo assim, diria que o primeiro quadrimestre foi um sucesso, levando em conta o cenário conturbado por causa da crise internacional. O desempenho mostrou uma importante tendência positiva para os próximos meses", diz Conz.
FERIADOS
A expectativa do executivo é de um crescimento de 8% nas vendas de maio, já que o mês não será influenciado pela redução do número de dias úteis como ocorreu em abril por causa dos feriados. Ele lembra que o setor fechou 2008 com avanço de 9% nas vendas comparado ao período anterior.
Nas projeções da entidade, o comércio de material de construção deverá manter o ritmo de crescimento na casa de 8% até novembro, o que significará aumento médio de 5,5% no ano. Além da desoneração fiscal, Conz destaca também a forte queda no preço de matérias-primas, como o fio de cobre usado em iluminação de energia, que despencou 35% neste ano.
PRORROGAÇÃO
O otimismo do executivo, porém, está ancorado na expectativa de prorrogação do corte do IPI dos materiais de construção, que vai expirar em 30 de junho. Ele argumenta que o programa federal Minha Casa Minha Vida, lançado em meados de abril, começará a ter reflexos dentro de 90 dias. Por isso, seria interessante que a desoneração dos 30 itens de material de construção continuasse por mais um tempo, até a recuperação consistente da economia nacional, avalia o executivo.
Integrante do Grupo de Acompanhamento da Crise (Gac), criado pelo governo federal no início do ano para verificar os reflexos da crise internacional nos diversos setores da economia brasileira, Conz também defende a desoneração fiscal de investimentos.
"Hoje esse é um dos temas que mais preocupa o setor produtivo", diz o presidente da Anamaco. A produção do setor de bens de capital recuou 6,3% em relação ao mês anterior e despencou 23% na comparação com março de 2008. O assunto deve entrar na pauta de discussões do grupo, previsto para o dia 13.
Fonte: O Estado de S. Paulo – SP - Renée Pereira