Vendas de material de construção crescem 4% em Minas
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Lojistas mineiros veem desaceleração
15 de maio de 2013 - O comércio varejista de material de construção teve bom desempenho no primeiro quadrimestre do ano, com aumento de vendas de 4% tanto no Brasil como em Minas Gerais em relação ao mesmo período de 2012. Mas, enquanto nacionalmente se fala em tendência de recuperação, no Estado os lojistas observam desaceleração nos negócios. Dados da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) mostram que as vendas no país se mantiveram estáveis em relação a março, enquanto na comparação com abril de 2012 o resultado foi 12% superior. Em Minas Gerais, segundo informações do vice-presidente da Associação do Comércio de Materiais de Construção (ACOMAC - Minas), Wagner Ferreira de Mattos, embora as vendas tenham aumentado, elas ficaram aquém do crescimento de 2012. "De janeiro a abril crescemos 4%, mas no mesmo período do ano passado chegamos a 7%", disse.
Mattos observa que está havendo uma desaceleração, mas lembra que o melhor período para o setor é o segundo semestre, quando as pessoas começam a preparar as casas e outros imóveis para as comemorações do fim de ano. "Nós tivemos muitos feriados no primeiro quadrimestre, isto afeta demais os nossos negócios", ressalta. Ainda assim ele acredita que o resultado é positivo quando comparado a outros setores.
O que também observa Ronaldo Garcia, proprietário da Santa Cruz Acabamentos, que aumentou as vendas em 7% nos quatro primeiros meses do ano em relação ao mesmo intervalo de 2012. "O setor de construção está melhor do que outros segmentos da economia, mas o crescimento desacelerou, as vendas não estão como no ano passado", afirma. Ainda assim Garcia mantém o otimismo e espera dias melhores a partir deste mês, para encerrar o ano com incremento de venda de 7%.
Esta boa expectativa é sentida também em nível nacional, já que, de acordo com a pesquisa da Anamaco, 61% dos lojistas do país acreditam que vão ter aumento de vendas em relação a abril. O estudo revela também que 41% dos comerciantes do setor estão otimistas com o governo, mas a aprovação vem caindo desde janeiro, quando o índice registrado foi de 53%. Apesar disto, as intenções de investimentos nos próximos 12 meses continuam positivas, alcançando 53% dos lojistas.
Em Minas, parte destes investimentos será feita na região Sul e na Zona da Mata, onde o proprietário do Atacado Brasileiro da Construção (ABC), Tiago Mendonça, pretende inaugurar sete novas lojas até o fim do ano. Suas vendas tiveram expansão de 30% no primeiro quadrimestre, mas ele também afirma que o ano não está tão bom quanto 2012. "O mercado deu uma retraída, está mais parado, mas vamos continuar investindo porque os recursos já estavam assegurados", explica.
Para vencer a acirrada concorrência e aquecer os negócios, a Cerâmicas Nacionais Reunidas (CNR) aproveitou a comemoração do aniversário da empresa, em abril, para promover pesadas ações de marketing, com redução de preços e ofertas relâmpago com duração de três horas. Desta forma, as vendas aumentaram 12% em abril em relação a março, mas nos três primeiros meses do ano, segundo Cristiano Lana, diretor Comercial da CNR, não houve crescimento. "Se crescermos 8% em 2013 já será ótimo", comenta. Também ele observa que o mercado está mais difícil e acrescenta que as lojas estão tendo que lidar com consumidores mais exigentes e com visão mais aguçada.
Brasil - De acordo com o estudo da Anamaco, as categorias responsáveis pelo desempenho do setor em abril são: argamassas, cimentos, tubos e conexões de PVC e tintas. Com relação ao desempenho por região, o Centro-Oeste e o Sul apresentaram o melhor índice, com 47% das lojas registrando crescimento de vendas em abril. Já na região Norte, o índice foi de 42%, seguido pelas regiões Sudeste (35%) e Nordeste (30%). Questionados sobre as expectativas para maio, 61% dos lojistas acreditam que vão ter aumento de vendas com relação a abril. Segundo a Anamaco, o varejo de material de construção deve crescer 6,5% em 2013. Em 2012 o setor registrou recorde de faturamento, com cerca de 55 bilhões de reais.
Fonte: Anamaco