Viracopos: Obras são embargadas por risco de acidente de trabalho
As obras de ampliação do aeroporto de Viracopos sofreram embargo pela segunda vez em uma semana. Depois da interdição na última sexta-feira, ontem fiscais do ministério do Trabalho e Emprego paralisaram as atividades realizadas em alturas em diversos locais do canteiro, como os píeres A e B — que já tinham sido alvo de notificações, píer C, além do saguão e da ponte de acesso ao novo terminal. Com isso, ficou proibido o trabalho em andaimes, escadas, na periferia da edificação e outros locais de desnível.
A fiscalização foi feita em conjunto com dois procuradores do Ministério Público do Trabalho. Para que haja o desembargo, o consórcio que administra a obra de construção do novo terminal deve regularizar as questões apontadas pela fiscalização e fazer o pedido formal de liberação. Todas as irregularidades apontadas no canteiro serão alvo de investigação do Ministério Público do Trabalho.
Segundo os fiscais, há risco grave e iminente de queda dos operários em decorrência de irregularidades relacionadas à segurança do trabalho. Foram identificados andaimes fora das normas, falta de uso de equipamentos de proteção individual e ausência da chamada “linha de vida”, dispositivo utilizado nas lajes superiores para ancorar o cinto de segurança.
Também foram paralisadas atividades de concretagem de vigas no píer B; circulação em área de trabalho de guindastes e plataformas de trabalho aéreo, assim como o trabalho embaixo desses equipamentos; atividades de solda onde haja substâncias inflamáveis e combustíveis; instalações e equipamentos com riscos elétricos; e armazenagem de inflamáveis em local sem sinalização, próximo a equipamentos de solda e sem extintores.
Segundo o procurador Nei Messias Vieira, havia um número insuficiente de extintores de incêndio no canteiro de obras.
Na sexta-feira, dia 9, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Campinas já havia interditado atividades em altura e envolvendo a movimentação de cargas suspensas nos píeres A e B e no saguão do futuro terminal, mas a ordem administrativa foi cassada pela justiça estadual por força de liminar, atendendo ao pedido do Consórcio Construtor Viracopos. Mas, segundo o entendimento do juiz, a interdição de tais atividades é de atribuição exclusiva do Ministério do Trabalho e Emprego.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do consórcio Aeroportos Brasil Viracopos informou que o Consórcio Construtor de Viracopos (CCV), responsável pelas obras de ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos, cumpre todas as normas exigidas pelas leis de segurança do trabalho e que “todas as adequações necessárias serão imediatamente efetuadas”.