Alerta redobrado nos condomínios nas férias de julho, tema de recentes entrevistas desta vice-presidência do Secovi-SP a órgãos da imprensa, mantém sua validade para as férias de início do ano, as chamadas férias de verão. Mantém também sua validade nos meses fora das férias. O foco da vigilância reforçada nas férias pode dar a entender que, fora delas, não há necessidade de alerta. Engano. Seja nas férias, seja nos “meses normais”, sabemos de condomínios que abaixam a guarda após investimentos pesados em tecnologia de segurança. A inércia das falhas humanas que permeia todas as iniciativas de prevenção continua presente.
Sempre que ocorrem assaltos em condomínios, transparecem falhas que já deveriam estar superadas, como cercas elétricas desligadas ou câmeras de circuito interno de tevê sem as fitas; porteiros que abrem o que deveria estar fechado ou que saem de suas guaritas quando deveriam vigiar pelo visor aqueles que chegam alegando os mais variados propósitos.
Há muitas perguntas e dúvidas no ar. Por que a cerca elétrica estava desligada ou não havia fita no circuito interno de tevê? Por que pessoas se transformam em assaltantes e por que a sociedade gera com tanta frequência esse tipo de comportamento? Surgirá uma nova arquitetura para projetar imóveis mais seguros? Por enquanto, não sabemos, mas alguma coisa pode ser feita. Nosso Código Penal é obsoleto e imutável. O combate ao tráfego de armas e drogas não surte o efeito que seria necessário. As cadeias continuam superlotadas de detentos e de celulares.
A insegurança que aflige os condomínios vai, no longo prazo, entrar em curva descendente graças a um conjunto de fatores que se relacionam numa trama complexa, desde que a economia continue aquecida. O emprego está na base da trama: é ele quem garante a educação e não o contrário, pelo menos num primeiro momento. Os condomínios garantem empregos diretos para mais de 250 mil trabalhadores. Empregos indiretos garantem para alguns milhões de profissionais nas mais diferentes áreas.
A curva ascendente do emprego vai a longo prazo combater a violência – esta sim filha do ócio e do veneno instilado pela insatisfação social. O número de assaltos a condomínios continuará caindo se a economia permanecer aquecida e se as ações preventivas continuarem a ser tomadas, tanto externamente quanto intramuros. Vamos apostar nisso. É uma bela aposta. Não apenas nas férias.