No fim de 2015, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, assinou a portaria que cria o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD) que, entre outras medidas, incentiva a conexão de sistemas de energia solar particulares à rede nacional de eletricidade. O governo estima que esse mercado movimente R$ 100 bi até 2030.
O público de São Paulo é líder entre os interessados na tecnologia, com 25,8% das 9.000 cotações recebidas em nosso site, o Portal Solar, durante os últimos cinco meses de 2015. O estado é seguido por Minas Gerais, com 13,5%, Rio de Janeiro, 10,4%, Paraná, 10%, Rio Grande do Sul, 4,3%, e Santa Catarina, 3,7%. É importante notar que estes são os estados com as tarifas de energias mais altas. Por outro lado, se forem considerados os sistemas já instalados, Minas Gerais é o primeiro, com quase o dobro de painéis do Rio de Janeiro, o segundo da lista - conforme dados da ANEEL.
Outro benefício do ProGD é a criação de novas linhas de crédito para os interessados em instalar placas fotovoltaicas, o equipamento que capta a energia solar. Com isso, a expectativa é que o modelo se espalhe ao redor do Brasil. No Norte e Nordeste, por exemplo, os sistemas ainda são pouco utilizados mesmo com o alto potencial das regiões.
Nosso levantamento também mostra que 75% dos orçamentos são feitos por aqueles que gastam mais de R$ 200 mensais com eletricidade – 65% dos sistemas mais vendidos são de potência média, entre 2kWp e 5kWp. Além disso, 3/4 dos interessados têm pressa na instalação e pretendem fazê-lo ainda em 2016. Um dos dados mais interessantes que obtivemos é que 20% das cotações são feitas para casas ainda em construção. Ou seja, nada melhor do que gerar sua própria energia desde o começo.
MERCADO EM EXPANSÃO
Ao todo, já recebemos no Portal Solar mais de 30 mil pedidos de orçamento. Hoje, as pessoas que instalam um sistema de energia solar em suas casas ou empresas podem, através da regulamentação da ANEEL, trocar créditos de energia com a distribuidora estadual, o que possibilita redução de até 95% na conta de luz. No futuro, o MME deve estabelecer um sistema onde os proprietários poderão vender o excesso da produção para o sistema nacional.
Hoje, são 550 empresas especializadas na instalação de sistemas de captação de energia solar por meio de placas fotovoltaicas no Brasil, com a entrada prevista de 500 novos players no setor em 2016. No total, a capacidade instalada em 2015 é de 30 MW, número que deve crescer para 8.000 MW até 2024. É um mercado em franca expansão, com potencial aproveitado de 0,01% no país.