Tópicos:
• O que suprimentos pode fazer pelo êxito da empresa?
• Onde está a competitividade da empresa?
• Vantagens em formar ecossistemas
• Comunicação e contratação
• Gestão: a raiz de tudo
Resumo
A gestão de suprimentos e qualidade deve ser tratada como tema de nível estratégico dentro de qualquer empresa que queira alcançar êxito.
A área de suprimentos é determinante no custo, prazo e qualidade daquilo que se deve entregar.
Nenhuma outra etapa em todo o macroprocesso da empresa pode desagregar mais custo do que suprimentos.
Suprir é garantir o fornecimento certo. Fornecer corretamente é entregar na hora certa, na quantidade certa, na qualidade certa, na especificação certa e no custo correto, de forma segura e organizada.
Puxar o sistema da qualidade para dentro de suprimentos é prevenir a não conformidade, comumente detectada de forma tardia e mais onerosa na produção.
Por que a avaliação dos fornecedores normalmente não aparece nos mapas de cotações?
A importância do setor de compras não pode ser relegada – nem delegada – a uma velha agenda de telefones; precisa ser exercida com inteligência estratégica.
A área de suprimentos determina a competitividade da empresa e de seus produtos.
Um grande dilema está na decisão entre competir ou colaborar.
Estrategicamente, colaborar é uma forma muito eficiente de adquirir competitividade.
Atualmente há diferentes montadoras que compartilham a mesma planta.
O ato de colaborar constrói um ecossistema, sendo que cada integrante ocupa uma posição clara e definida. Todas as posições são igualmente importantes; o que importa é a adaptação evolutiva e a sobrevivência do ecossistema estabelecido.
Há muito tempo não há mais competição entre empresas no mercado mundial. São os ecossistemas que competem entre si.
O departamento de suprimentos é o principal formador de ecossistemas onde se inserem as empresas.
Se o termo “parceria” não tivesse sido corrompido para o entendimento de “quanto é o meu desconto”, teria sido o início de uma evolução.
Parceria é fortalecer o ecossistema ao qual a empresa pertence.
No universo não há componente isolado; existem sistemas dentro de macrossistemas.
A visão sistêmica de Ludwig von Bertalanffy (biólogo austríaco) deve ser o pensamento permanente da área de suprimentos e da qualidade.
Existe uma longa cadeia a se considerar no ecossistema dentro da construção civil, da mineração ao cliente final, incluindo, no mínimo, cinco anos de garantia.
Tal extensão de cadeia exige total reconsideração e revisão dos processos e procedimentos, desde a comunicação até a contratação e a entrega do bem.
O que muda com o ecossistema? Se não tudo, quase.
A finalidade última do ecossistema é proteger o lucro e a nutrição de cada integrante. Para o ecossistema há total interesse no “bem-estar” de todos os seus componentes – pressão interna –, que deve ser contrabalanceada com o esforço externo para o enxugamento de ações e custos que não agreguem valor entre as transações das partes. Exemplo: os desnecessários custos de comercialização.
Embora mantenha-se o arranjo piramidal no ecossistema, este não vale mais como preferência na “cadeia alimentar”. A empresa líder deve ser a grande protetora e a responsável para que todos cheguem seguros ao objetivo – do topo à base.
As empresas líderes estimulam, apoiam, exigem e treinam a base em benefício da competitividade do produto e do ecossistema.
• Estudar tendências de preços
• Buscar alternativas
• Fazer ações com fornecedores
• Aumentar o SLA
• Due diligence
• Desenvolver novos fornecimentos
• Por que esperar a obra pedir?
São todas tarefas estratégicas do setor de suprimentos em conjunto com a qualidade.
Suprir não é mais comprar. Suprir é uma operação logística; é o fornecimento a longo prazo, mesmo que descontínuo. Cultura e valores únicos dentro do ecossistema, como a obsessão por melhorias, são algumas das mudanças necessárias no “mindset” das empresas integrantes do ecossistema.
A responsabilização pelas etapas (sejam aquelas que foram cumpridas ou não, além daquelas realizadas parcialmente) é um ponto cego em nossos sistemas de qualidade. Por exemplo: em caso de uma anormalidade na parede, não se sabe em qual contexto o colaborador a executou na obra.
Lembrar que qualidade, antes de tudo, é comportamento, representa metade do aspecto gerador resolvido. Qualidade não é burocracia.
Anos separam o surgimento de uma patologia construtiva da sua geração e do ato responsável de fato pelo seu surgimento. Nossos sistemas de qualidade não registram a correspondência unívoca entre os efeitos e suas causas primeiras.
No ecossistema as informações estão retidas dentro dele; a reparação dos processos e procedimentos é sempre possível e efetiva.
Falamos anteriormente em comunicação e contratação.
A má comunicação é responsável por considerável parte do retrabalho na obra.
• “Ah...mas, eu tinha entendido diferente”
• “Ninguém me falou que...”
Quantas vezes por dia essas frases são pronunciadas dentro de uma empresa? Nós as ouvimos sem nos atentar de que são indicadores da má comunicação – fonte direta da geração de custos de retrabalho.
A redução do retrabalho começa na comunicação bem cuidada para ser compreendida.
Do outro lado, para o ecossistema temos a máxima de que contratos devem ser sempre feitos – e bem-feitos – para nunca serem usados.
Quando um contrato precisar ser usado, é sinal de que antes ocorreu uma grande falha de comunicação no ecossistema.
Os contratos passam a ser permanentes.
Um jurídico ativo e saudável para o ecossistema trabalha intensamente na gestão de contratos e na prevenção – nunca na reparação.
Falamos de suprimentos com a formação de ecossistema, qualidade, comunicação e contratos. Agora gostaria de abordar sobre a gestão.
O que é gestão?
Eis aí o grande e verdadeiro passo para humanidade: saber do que se trata, pois digerir o presente impactará o futuro.