Com o advento do programa Minha Casa, Minha Vida conseguiu-se, pela primeira vez na história do País, ajustar a oferta de produtos à demanda existente. O que quero dizer é que, em 2005, uma família com pretensão de adquirir um imóvel de R$ 60 mil precisaria ter, às condições daquela época, uma renda familiar de quase dez salários mínimos.
Hoje, o valor desse imóvel, corrigido pelo Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), corresponde a R$ 83 mil, mas a necessidade de renda para financiá-lo caiu para apenas três salários mínimos.
Dessa forma, além de adequar demanda e oferta, o programa propiciou o ingresso no mercado de toda a população com renda entre 3 e 10 salários mínimos, isto é, milhares de famílias que, há apenas cinco anos, sequer podiam sonhar em adquirir uma casa própria.
O Minha Casa, Minha Vida mudou o paradigma de todo o mercado imobiliário, que ampliou seu campo de atuação graças às facilidades oferecidas para aquisição de habitações de interesse social e dos chamados imóveis econômicos. No ano passado, a Caixa Econômica Federal financiou 350 mil unidades por meio do programa. Em 2010, a estimativa é de que cheguemos a um número acumulado próximo de 1 milhão de unidades, todas elas construídas pelo mercado formal.
Trata-se de um volume considerável, especialmente levando-se em conta a história recente da habitação no País, quando a produção de moradias era irrisória. Porém, o total é apenas razoável em face das dimensões do País e da população que temos.
É por isso que o Minha Casa, Minha Vida veio para ficar, seja qual for o futuro governo, até porque os tributos arrecadados em função do formidável aumento de construções serão sempre suficientes para cobrir os subsídios fornecidos pelo programa.
Outro ponto importantíssimo a reforçar a continuidade do programa é que temos de resgatar a enorme dívida social representada por um déficit de moradias de cerca de 7 milhões de unidades. Além disso, é preciso suprir o próprio crescimento populacional.
Finalmente, e para adicionar um pouco mais de “tempero nesse molho”, temos a situação do envelhecimento da população no Brasil, o que representa um bônus demográfico que durará mais 15 anos. Ou seja, a população economicamente ativa está aumentando significativamente, gerando um acréscimo ainda maior de demanda para unidades habitacionais.
Mesmo ciente da necessidade de alguns ajustes nos valores do Minha Casa, Minha Vida, temos certeza que o programa terá vida extremamente longa, até atingirmos uma situação de maturidade no mercado habitacional brasileiro, principalmente no que diz respeito às classes sociais C, D e E, nas quais estão as principais oportunidades do mercado imobiliário para esta próxima década!