A implantação do NESP (Novo Entreposto de São Paulo) no bairro de Perus está sendo discutida em profundidade por quem mais entende sobre o mercado de hortaliças, legumes, frutas, flores e pescados: os produtores e comerciantes do setor na Grande São Paulo, que buscam um local com mais higiene, segurança, espaço e infraestrutura logística para trabalhar e atender melhor os feirantes, pequenos e médios varejistas.
Seria inadequado imaginar que um projeto de tal magnitude e importância prescindiria de aprofundados estudos técnicos e de viabilidade. É legítimo respeitar a inteligência dos produtores e comerciantes de hortigranjeiros, com operações de distintos portes, que idealizaram o NESP. A iniciativa, aliás, já teve o apoio público, por meio da imprensa, do ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.
Para reiterar a pertinência técnica, social, econômica e logística do NESP, bem como deixar claro que ele resulta de estudos sérios e eficazes, é importante que se conheça os seus fundamentos básicos. Trata-se de um novo centro de abastecimento para a Região Metropolitana, a ser construído no distrito de Perus, em uma área de quatro milhões de metros quadrados. Serão criados 30 mil empregos diretos, numa das regiões de São Paulo com o menor índice atual de empregabilidade.
O novo entreposto, obviamente, terá espaço e estrutura para atender com eficácia ao movimento diário da comercialização de hortifrutigranjeiros, que, como se sabe, envolve a movimentação de aproximadamente 50 mil pessoas, dentre produtores, comerciantes, feirantes, pequenos e médios varejistas e visitantes. Essa demanda foi prevista na concepção do projeto e será atendida de modo bastante adequado. O NESP melhorará a eficiência logística e agilizará o frete, pois se localizará em ponto estratégico da malha de transportes, sendo servido pelas rodovias Anhanguera e Bandeirantes e por ferrovia. Assim, os custos da movimentação de mercadorias deverão ser reduzidos, com impacto no preço final dos produtos. Além disso, número expressivo de caminhões será retirado da área urbana, com melhoria do trânsito e mitigação das emissões de poluentes.
As instalações do NESP serão comparáveis às dos entrepostos mais modernos existentes em grandes cidades dos países desenvolvidos, com estrutura mais adequada à comercialização de hortifrutigranjeiros, pescado e flores. Isso melhorará a condição de trabalho dos produtores e comerciantes que terão boxes no local. Feirantes e pequenos e médios varejistas de alimentos também serão beneficiados, pois passarão a contar com uma infraestrutura de abastecimento de mercadorias tão eficiente quanto as centrais logísticas das grandes redes atacadistas e supermercadistas.
Por outro lado, como defendem alguns especialistas, essa nova operação atenderá, numa segunda etapa, ao aumento da gama de produtos ofertados. Sim, pois o NESP é a primeira etapa de um projeto mais amplo, denominado Polo de Abastecimento, Distribuição e Entreposto de São Paulo (PADESP). Este complexo será formado pela soma do novo entreposto e de uma plataforma logística para grandes volumes de cargas e veículos pesados.
Assim, em sua segunda fase, o projeto não se limitará aos hortifrutigranjeiros, pescados e flores. Passará a abranger os alimentos de um modo geral, agregando itens de distintas cadeias de suprimentos. O PADESP centralizará a recepção de produtos transportados por carretas e ferrovia e proverá o transbordo e distribuição diretamente aos centros de consumo.
Além de melhorar o abastecimento e a vida de produtores, comerciantes, feirantes e varejistas, o NESP tem um viés social importante: destinará mais de 700 mil metros quadrados de terreno à prefeitura, o equivalente à área somada de 65 campos de futebol, para a implantação de creches, unidades de saúde, equipamentos de lazer, esportes e cultura. O novo entreposto é sustentável, pois foi concebido por quem mais precisa dele!