Além do aumento das taxas de juros do financiamento imobiliário que a Caixa divulgou recentemente, outra mudança foi anunciada: agora, a porcentagem do valor do imóvel que poderá ser financiado cairá de 80% para 50%. A medida, que vale para imóveis usados, comprados com recurso da Poupança e negociados pelo SFH, entrará em vigor a partir de 4 de maio.
A conclusão é que a população brasileira terá de poupar mais para realizar o sonho da casa própria. Se o valor do imóvel for R$ 500 mil, por exemplo, o comprador terá que ter R$ 250 mil de entrada, o que, antes, R$ 100 mil já seriam suficientes. Com isso, cresce o risco de pessoas buscarem outras linhas de crédito com juros mais altos, aumentando o risco de inadimplência. E é aí que entra a importância da educação financeira.
A palavra de ordem, nesse momento, é planejamento. Quem já estava se programando para comprar um imóvel, talvez tenha que adiar um pouco os planos, no entanto, não é motivo para desanimar, apenas para ter cautela. Ponha tudo no papel, reveja as contas, fazendo um bom diagnóstico financeiro. Muitas vezes, podemos remanejar o orçamento, diminuindo alguns gastos e redirecionando os valores para essa compra. Muito cuidado para não sair fazendo dívidas e pegando empréstimos por impulso, comprometendo seriamente o que já tem poupado ou até mais.
Mas, se por um lado muitos reclamam dessa medida, por outro, tem um aspecto positivo, que é o menor comprometimento do dinheiro dos brasileiros. Muita gente, na ânsia de realizar o sonho, acaba despendendo um valor muito alto do seu orçamento para essa finalidade, o que é perigoso, pois, caso haja algum imprevisto, dificilmente conseguirá ter uma reserva financeira.
A educação financeira é o melhor caminho para todas essas mudanças que envolvem nosso dinheiro, especialmente por conta do momento delicado que vive a economia do país. Não adianta ficarmos achando culpados, é preciso assumir a responsabilidade e buscar se educar financeiramente, para saber lidar com o que vier. Para isso, existem livros, cursos e palestras sobre educação financeira – alguns até online e gratuitos –, buscando mudar o comportamento em relação ao uso e à administração das finanças, tornando-se mais consciente e sustentável financeiramente.