A presidente Dilma Rousseff encerrou 2013 com a expectativa de ofertar pelo menos mais 700 mil moradias no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) até o final deste ano. Com esse número, o governo alcançará a meta de 2,750 milhões de casas contratadas em 2014.
Ninguém duvida de que este é um resultado histórico. O programa, que segundo dados oficiais já entregou 1,4 milhão de unidades, aportou recursos governamentais, sem os quais as famílias de menor renda não poderiam sequer sonhar em ter a casa própria.
Outro aspecto importante foi o impacto gerado pela produção habitacional no desempenho da economia. A dinâmica do setor imobiliário movimenta uma série de segmentos produtivos que pagam impostos e geram milhares de empregos diretos e indiretos. Aliás, cabe registrar que a arrecadação fiscal produzida pelo MCMV superou os valores colocados a fundo perdido pelo governo. Não fosse o desempenho da construção, por certo o PIB de 2013 seria ainda menor.
Ainda que cada dia mais necessite de ajustes para ser eficaz, o MCMV tem função econômica e social que não poderá ser desprezada pelo próximo governo, seja ele qual for.
Assim, seria interessante que os candidatos se posicionassem claramente sobre a continuidade ou não desse programa. Até porque a falta de previsibilidade já está levando as empresas a ‘puxarem os flaps’, aguardando sinalizações. Como se sabe, a produção imobiliária tem um elevado ciclo operacional. Sem saber o que o futuro reserva, os investidores optam por não desenvolver novos projetos.
O MCMV deve ser abraçado pela sociedade como um programa de Estado, e não de governos ou partidos. Só assim o Brasil terá condições de, paulatinamente, erradicar seu vergonhoso déficit habitacional. E o setor produtivo está pronto para ajudar e cumprir o seu papel.