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5 dicas para fazer o dimensionamento correto de caixas d'água

Reservatório deve ser calculado em função do perfil de consumo do imóvel e da disponibilidade de fornecimento de água no local. Saiba mais

Publicado em: 05/06/2019Atualizado em: 24/11/2023

Texto: Juliana Nakamura

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Identificar o mais adequado modelo de caixa d’água para cada instalação exige um cálculo que leve em conta o perfil de consumo e a confiabilidade da rede de abastecimento  (Foto: Kathie Nichols/ Shutterstock)

Calcular o tamanho da caixa d’água para um imóvel residencial ou comercial não é uma tarefa complicada. Ainda assim não pode prescindir de alguns cuidados, sob o risco de não atender às necessidades de seus usuários com relação ao fornecimento de água.

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A indústria fornece modelos com diferentes medidas e capacidades de armazenamento que vão de 150 a 16 mil litros. Identificar o mais adequado para cada instalação exige um cálculo que leve em conta o perfil de consumo e a confiabilidade da rede de abastecimento. Além disso, como o reservatório é parte integrante das instalações hidráulicas, o seu dimensionamento também não pode estar dissociado de tubulações, válvulas e outros elementos.

Uma falha comum é não considerar os dias sem abastecimento na região onde será instalado o reservatório. Outro equívoco é fazer a instalação pensando apenas no espaço disponível para o reservatório
Adriano Andrade

Confira a seguir cinco dicas para auxiliar o cálculo desses reservatórios.

1- Considere o perfil de consumo e as falhas de abastecimento
O dimensionamento de uma caixa d’agua se dá com base em três informações básicas: o consumo médio diário, a quantidade de pessoas que utilizarão o reservatório e a estimativa de dias que o imóvel pode ficar sem abastecimento de água.

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“Uma falha comum é não considerar os dias sem abastecimento na região onde será instalado o reservatório. Outro equívoco é fazer a instalação pensando apenas no espaço disponível para o reservatório”, diz Adriano Andrade, diretor comercial da Mexichem Brasil. Segundo ele, em média, uma caixa de 1000 litros, indicada para uma família de três pessoas, consegue suprir aproximadamente dois dias. “Mas esses números podem variar de acordo com o consumo médio”, salienta.

Em edifícios, as flutuações na pressão da rede pública e a reserva para combate a incêndios também devem ser considerados na definição do volume ideal do reservatório. Em alguns municípios, costuma-se adotar para a reserva técnica de incêndio 20% do volume do consumo diário. Mas o mais recomendado é calcular o volume de água de acordo com as prescrições da ABNT NBR 13.714:2000 – Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio, ou as normas técnicas vigentes do Corpo de Bombeiros local.

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2- Atenção a algumas referências 

Para o dimensionamento de caixas d´água, é comum a utilização de alguns valores-referência. Por exemplo, para um escritório, considera-se o consumo de água de 50 litros por pessoa por dia. Já para residências, esse valor sobre para 150 litros/pessoa/dia. No caso de apartamentos, é indicado considerar um consumo diário de 200 litros por pessoa, por conta de a pressão da água ser maior.

Exemplo de cálculo: vamos supor uma caixa d’água projetada para uma casa com seis pessoas e que deve suprir o consumo de dois dias. Nesse caso, o reservatório deverá ter ao menos 1800 litros, considerando que: 6 (pessoas) x 150 (litros/pess.) x 2 (dias) = 1.800 litros.

Consumo por tipo de edificação

Consumo l/dia

Residências

150

Casa popular/ rural

120

Alojamento provisório

80

Escritório

50

Jardins

1,5 m²

Baixe a Ficha de Verificação de Serviços (FVS) para aperfeiçoar os processos de sua obra.


 3- Considere o peso do reservatório

Quanto maior a capacidade do reservatório, mais resistente (e pesado) ele deve ser. Por isso, superdimensionamentos devem ser evitados.

O instalador tem que avaliar o volume de água que será utilizado para aplicar o produto correto, além de estudar se o local de instalação vai suportar o peso de um reservatório cheio
Rene Kuhnen

O peso da caixa d’água deve ser considerado no momento da especificação e da instalação do produto. “O instalador tem que avaliar o volume de água que será utilizado para aplicar o produto correto, além de estudar se o local de instalação vai suportar o peso de um reservatório cheio”, alerta Rene Kuhnen, gerente de produtos da Tigre.

4- Atenção à instalação correta

Além de um cálculo preciso do consumo do imóvel, o sucesso da instalação de reservatórios de água depende também de alguns cuidados como:

• Fazer a medição adequada do espaço onde será instalado o produto
• Prever corretamente quantas saídas de água o edifício terá
• Testar as instalações antes da entrega da obra e instalar de maneira adequada com tubos proporcionais ao seu tamanho

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5- As normas técnicas devem ser cumpridas

As seguintes normas técnicas servem de referência para a especificação e instalação de reservatórios:

• NBR 14.799:2018 – Reservatório com corpo em polietileno, com tampa em polietileno ou em polipropileno, para água potável, de volume nominal até 2000 L (inclusive) – Requisitos e métodos de ensaios
• NBR 14.800:2018 – Reservatório com corpo em polietileno, com tampa em polietileno ou em polipropileno, para água potável, de volume nominal até 2000 L (inclusive) – Instalação em obra
• NBR 13.210:2015 – Reservatório de poliéster reforçado com fibra de vidro para água potável - Requisitos e métodos de ensaio
• NBR 5626:1998 – Instalação predial de água fria

Colaboração técnica

engenheiro-civil-claudio-carvalho
Rene Kuhnen – Engenheiro mecânico pela Universidade de Santa Catarina, possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. É gerente de Marketing de Produtos da Tigre
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Adriano Andrade – Graduado em Administração, com ênfase em marketing, possui MBA da FGV em Gestão Estratégica Econômica de Negócios e curso de liderança ministrado pela universidade norte-americana de Harvard. É diretor comercial da Mexichem Brasil, detentora da marca Amanco.