5 práticas que ajudam a garantir a segurança patrimonial nos canteiros de obras
Tecnologias para controle de acesso, sistemas de vigilância e gestão de materiais são imprescindíveis para minimizar perdas. Saiba mais
Contar com sistema de vigilância é uma das medidas que auxilia na proteção do patrimônio do construtor (foto: Vasin Lee/Shutterstock)
No decorrer dos meses em que uma obra acontece, os canteiros estão suscetíveis a perdas geradas por furtos e roubos. Para garantir proteção ao patrimônio do construtor são necessárias medidas combinadas de ordem administrativa e tecnológica. Os principais alvos nesses locais de trabalho costumam ser materiais e equipamentos de alto valor e fácil revenda, a exemplo de fios e cabos de cobre, metais sanitários, fechaduras e dobradiças, ferramentas e equipamentos, como martelete e bombas hidráulicas, além de computadores, impressoras, tablets e smartphones.
Confira algumas medidas efetivas para diminuir vulnerabilidades e evitar invasões e prejuízos:
1) Redução de estoque
Uma boa prática de gestão para minimizar perdas e desvios é operar com entregas programadas de materiais dentro do canteiro. Essa é uma medida, contudo, que exige um planejamento apurado. “Trabalhar com estoque mínimo está se tornando mais fácil com o aumento de fornecedores com condições de entregas just in time”, comenta Marcos Paulo Alves de Sousa, diretor técnico da PHV Engenharia. Ele explica que ao programar pedidos e entregas, a construtora pode ter vantagens não só no controle, como também no custo dos materiais.
2) Estocagem cuidadosa
Mesmo trabalhando com o menor estoque possível, a necessidade de estocar alguns materiais e equipamentos na obra acaba sendo inevitável. Para essas situações, é fundamental a implantação de um procedimento rigoroso de controle de entrada e saída de objetos, com entradas e baixas em tempo real, sistema de duplo check, além de equipamentos tradicionais de segurança como alarmes, câmeras, vigilância e sistema de mapeamento de materiais.
Para o armazenamento de cabos, fios e outros materiais de maior valor, a recomendação é construir uma espécie de bunker dentro do almoxarifado, com porta de açoRafael Silva
Nos almoxarifados, a primeira ação deve ser definir um bom melhor local para sua implantação e instalar câmeras em pontos estratégicos, além de alarmes. “Para o armazenamento de cabos, fios e outros materiais de maior valor, a recomendação é construir uma espécie de bunker dentro do almoxarifado, com porta de aço”, afirma Rafael Silva, gerente de obras na Trisul. De acordo com o engenheiro, a tecnologia de etiquetas RFID (identificação por radiofrequência) também é indicada para controlar materiais como caixilhos de alumínio, portas, metais, louças e equipamentos elétricos portáteis.
3) Proteção contra invasões
A proteção patrimonial requer um arsenal de soluções combinadas e integradas. Elas começam pelo fechamento do perímetro da obra com tapumes metálicos e concertinas, em vez de frágeis painéis de compensado de madeira. As medidas de proteção devem contemplar, ainda, portaria 24 horas, alarmes em pontos críticos e câmeras instaladas no entorno. Também é importante que haja vistorias periódicas para checar se todos os itens de segurança estão operando como o esperado. “Além de intercomunicadores com câmeras, uma solução que achamos interessante é a instalação de um botão de pânico gerenciado pela administração da obra”, sugere Mauro Rego, diretor de engenharia na Seed Incorporadora.
4) Seleção de mão de obra
Entre os crimes contra o patrimônio que atingem os canteiros destacam-se os pequenos furtos, realizados por pessoal interno. Nesses casos, o próprio funcionário da construtora ou um operário terceirizado subtrai máquinas como furadeiras e esmerilhadeiras, que são úteis na realização de outros trabalhos. Para reduzir esse tipo de perda, a saída é incrementar o recrutamento e a captação da mão-de-obra, especialmente com análises rigorosas de antecedentes e referências.
5) Contratação de serviço de segurança
“Um procedimento importante a ser adotado pelas construtoras é contratar uma empresa de segurança patrimonial especializada e um consultor que oriente quanto as vulnerabilidades a serem contornadas”, comenta Rafael Silva.
É necessária, porém, a adoção de algumas precauções antes de contratar serviços de vigilância. A mais importante delas é verificar se a empresa é regularizada e apta tecnicamente, a atuar na atividade. Além disso, o profissional de segurança precisa estar registrado numa empresa especializada e possuir certificado de conclusão de curso de formação para vigilantes, regulamentado pela Polícia Federal.
Colaboração técnica
(foto: Melissa Binder)
- Marcos Paulo Alves de Sousa — Engenheiro civil, é diretor técnico da PHV Engenharia.
- Mauro Rego — Engenheiro civil é diretor de engenharia na Seed Incorp. engenheiro civil, é diretor técnico da PHV Engenharia.
- Rafael Silva — Engenheiro civil especializado em Sistema de Gestão de Qualidade. É gerente de obras na Trisul.engenheiro civil, é diretor técnico da PHV Engenharia.