Conheça opções para o revestimento interno de piscinas
Na hora de especificar é preciso considerar efeito estético, execução e materiais de fixação
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Foto: Divulgação/Castelatto / Projeto: Joanna Cirufo e Adriana Rezende
Há muitas opções de materiais disponíveis para revestir piscinas, que variam do tradicional azulejo às pastilhas de vidro ou cerâmicas. No entanto, alguns fatores podem determinar a escolha do revestimento como, por exemplo, o custo e o efeito que se pretende causar.
A composição química da água, por exemplo, é um dos fatores que interfere na conservação da piscina. Certos minerais encontrados em águas de algumas regiões reagem com o cimento da argamassa e do rejuntamento, dissolvendo-o em pouco tempo. Alguns produtos de limpeza e tratamento químico também podem diminuir a vida útil dos revestimentos e rejuntamentos
“Na hora da compra, os profissionais devem ficar atentos às especificações dos fabricantes, bem como a forma da execução e os materiais de fixação, assentamento e rejuntamento”, afirma Antonio Carlos Ignácio, engenheiro especializado em projetos e construções de piscinas e parques aquáticos. Segundo o especialista, a durabilidade dos revestimentos pode ficar comprometida se essa análise for deixada de lado. “A composição química da água, por exemplo, é um dos fatores que interfere na conservação da piscina. Certos minerais encontrados em águas de algumas regiões reagem com o cimento da argamassa e do rejuntamento, dissolvendo-o em pouco tempo. Alguns produtos de limpeza e tratamento químico também podem diminuir a vida útil dos revestimentos e rejuntamentos”, atesta o engenheiro.
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De acordo com o profissional, não existe melhor relação custo-beneficio. “É como adquirir um automóvel, se tem verba e bom gosto, compra-se o melhor. Não quer dizer que os revestimentos mais caros sejam os mais bonitos ou de superior qualidade”, revela Antonio Carlos.
Conheça os revestimentos internos mais aplicados e suas principais diferenças: | ||
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Azulejo | Disponível em diversas formas e cores, o produto é um dos mais tradicionais e de baixo custo. Sua aplicação é semelhante à realizada em banheiros e outras áreas molhadas. Dependendo da cor escolhida, a água poderá assumir diferentes tonalidades. | São mais sujeitos à criação de limo, mas sua limpeza não requer grandes sacrifícios. Basta aplicar sabão em uma escova apropriada, geralmente de náilon, e esfregar bem, até a sujeira se desprender para o fundo da piscina |
Pastilha de vidro | Geralmente são mais caras do que a cerâmica e o azulejo, e a instalação demanda mão de obra especializada. Segundo Maximira Durigan, designer de interiores, a vantagem da pastilha é que, por ser pequena, ela acompanha o desenho da piscina, independentemente das curvas. | De fácil limpeza, as pastilhas não requerem produtos especializados. “O material não deixa impregnar nada, então não dá trabalho”, afirma Maximira. Para conservá-las limpas e bonitas, basta água e sabão, porém, deve-se tomar cuidado com a lavagem do rejuntamento com soluções de ácido, que podem comprometer sua durabilidade. |
Cerâmicos | Com aspecto esmaltado, fosco ou rústico, há revestimentos cerâmicos de diversos tamanhos e cores. O material é resistente aos raios ultravioletas, aos produtos químicos e à movimentação da estrutura da piscina, por isso é um dos mais duráveis. “Para mim, a cerâmica apresenta o melhor custo-benefício, porque alia a grande resistência característica do material a um resultado esteticamente belo, além de um preço mais baixo do que as rochas ou pastilhas de vidro”, diz o arquiteto Gustavo Petinati. | As cerâmicas não acumulam tanta sujeira, e são imunes ao crescimento dos fungos. Por isso, grande parte das piscinas públicas ou de competição é revestida com esse material. |
Vinílicos | As piscinas vinílicas são fabricadas em estrutura de alvenaria ou concreto e revestidas com um bolsão de vinil. De rápida instalação e baixo custo, o produto também tem o benefício de ser impermeável, ou seja, reduz uma das etapas de construção. | Dispensa rejunte e é de fácil limpeza, no entanto, se houver necessidade de manutenção do tanque da piscina ou eventuais furos no vinil, será preciso chamar empresas especializadas para fazer os reparos. |
Fibra de vidro | Possui superfície lisa e não apresenta pontos para acúmulo de sujeira, fungos e bactérias. Assim como o vinil, é de rápida instalação e não oferece risco de vazamento. Porém, dependendo da aplicação, o material pode ocasionar bolhas na superfície. | De grande durabilidade, acumula pouca sujeira porque não tem rejuntamento. No entanto, é importante evitar a limpeza com palha de aço ou outro material abrasivo, para não arranhar o material. |
Pedras | Mesmo sendo de custo mais elevado, as pedras decorativas vêm conquistando espaço neste mercado. Entre as mais recomendadas, estão as vulcânicas, como a Hijau, proveniente da Indonésia, que possui aspecto liso e mantém a água com uma tonalidade azulada ou esverdeada, semelhante ao mar. Já a pedra mineira faz com que a piscina assuma uma aparência mais amarelada. Além do efeito estético bonito e uniforme, o revestimento é menos escorregadio e não absorve tanto calor quanto os outros. | Por ser de alta porosidade, tende a acumular mais sujeira. A limpeza deste revestimento poderá ser feita com detergente neutro e água, com o auxílio de uma vassoura de pelo duro ou lavadora de alta pressão. Porém, para desencardir o material, é recomendável contratar mão de obra especializada. |
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É bom saber
Piscina do Hotel Fazenda Salto Grande Araraquara, em São Paulo. Foto: Wagner Silveira / Projeto: Antonio Carlos Ignácio - Conref Engenharia de Piscinas
Existem dois tipos de piscinas, as construídas e as pré-fabricadas. A primeira é produzida em alvenaria ou concreto armado, já a segunda é de fibra de vidro ou vinil. A de concreto armado – com estrutura de ferro –, seguida pela de alvenaria, é a mais resistente, por isso é o material mais utilizado em piscinas públicas. “Não há limitação para as piscinas de concreto. Elas podem ser feitas em qualquer lugar, terreno, altura ou nível”, esclarece o engenheiro Antonio Carlos Ignácio. As de fibra de vidro e vinil têm menor custo e ainda levam vantagem no tempo de instalação, economizando mão de obra. Outro benefício das pré-fabricadas é a manutenção. Por se tratar de uma peça única, confeccionada com solda eletrônica, não possui rejunte, portanto ganha no acabamento e na praticidade da limpeza.
Sustentabilidade
Para mim, a cerâmica apresenta o melhor custo-benefício, porque alia a grande resistência característica do material a um resultado esteticamente belo, além de um preço mais baixo do que as rochas ou pastilhas de vidro
De acordo com o engenheiro Antonio Carlos, as legislações e normas técnicas regem apenas piscinas coletivas e públicas, no que diz respeito aos sistemas de tratamento e disposições de acessórios quanto à segurança na velocidade de sucção e recalque. “Não existe legislação relacionada aos revestimentos”, pontua o profissional. No entanto, algumas empresas se preocupam com o meio ambiente. Segundo Mariana Favaron, gerente da Castelatto – especializada em pisos e revestimentos –, a composição dos produtos da empresa é proveniente de sobras da produção, o que evita geração de entulho e reduz o desgaste da extração de matérias-primas da natureza. A sobra de água usada no processo produtivo não é descartada, sendo 100% reaproveitada. “Nas unidades fabris da empresa, realiza-se a cura úmida, eliminando assim a emissão de gases poluentes na atmosfera e minimizando os gastos de energia”, esclarece.
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Mercado
De acordo com Mariana, o mercado está aquecido e as empresas estão em constante inovação, para atender, cada vez mais, públicos exigentes. “O crescimento para o próximo ano é bastante promissor e os produtos chineses, por enquanto, não ameaçam, pois não conseguem se equiparar aos nossos. O cliente final reconhece essa diferença e acaba optando pelo produto nacional, que tem mais qualidade”, afirma.
Sem vazamentos A impermeabilização é fundamental para evitar vazamentos, e até mesmo garantir a qualidade da água e a integridade estrutural da piscina. “Quando tratada com cloro, a água pode comprometer a estrutura da piscina e sua durabilidade”, afirma o arquiteto Gustavo Petinati. Segundo o engenheiro Antonio Carlos, as piscinas que necessitam de impermeabilização são as de concreto armado e as de alvenaria, pois estes materiais são permeáveis. “A impermeabilização pode ser executada de várias formas, com argamassas aditivadas com cristalizantes, pinturas cimentícias, semielásticas, poliureia, manta asfáltica, entre outras”, explica o especialista.
Colaboraram para esta matéria
- Antonio Carlos Ignácio – Engenheiro especializado em projetos e construções de piscinas e parques aquáticos. Sócio-diretor da Conref Engenharia de Piscinas.
- Maximira Durigan – Designer de interiores.
- Gustavo Petinati – Aquiteto e sócio do escritório Patricia Aguiar Arquitetura e Interiores.
- Mariana Favaron – Gerente da Castelatto.