Especificação de elevadores deve atender a NBR 5665
Na hora de escolher é essencial analisar o tipo de empreendimento e dimensionar os equipamentos de modo a garantir bom fluxo, conforto e segurança
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
A escolha de um elevador depende diretamente do tipo de edifício em que ele será instalado – residencial, comercial ou comercial monousuário. Segundo Heraldo Melo, engenheiro Técnico Responsável da HerTech Consultoria, é preciso ter por base a Norma Brasileira NBR 5665 – Cálculo do Tráfego nos Elevadores, para calcular a população de um edifício. “Por exemplo, se é um prédio de dez andares, com 40 apartamentos de três quartos cada, a norma contabiliza cinco pessoas em cada imóvel. Se forem dois quartos, são calculadas quatro pessoas e, para cada quarto de empregada é acrescida mais uma pessoa. Assim, é possível medir a população de um empreendimento, determinando quantos elevadores serão necessários, qual a capacidade de cada um e sua velocidade ideal. Depois de especificado, inicia-se o processo de aprovação junto à prefeitura do município”, diz.
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Especificação
Para projetos novos o ideal é utilizar elevadores com condicionamento de corrente alternada e drive de frequência variada. “Isso quer dizer que as pessoas que estão no elevador não percebem o seu movimento, que é leve e sem trancos, acelerando e desacelerando gradativamente. Isso é válido tanto para elevadores residenciais quanto comerciais”, explica Melo.
Já a especificação do elevador de carga é totalmente diferente. “Ele precisa ter o piso reforçado. No de passageiro, o peso existente no elevador é distribuído devido à presença das pessoas em vários pontos do ascensor. Já no de carga o peso costuma ficar concentrado em um único local. O elevador de carga é usado somente em edifícios como shoppings e indústrias. Muitas vezes, as pessoas consideram o elevador de serviço como o de carga, mas não é. Ele é um elevador de passageiro que está tendo uma finalidade diferente”, reforça o engenheiro.
Qualidade
Se é um prédio de dez andares, com 40 apartamentos de três quartos cada, a norma contabiliza cinco pessoas em cada imóvel. Se forem dois quartos, são calculadas quatro pessoas e, para cada quarto de empregada é acrescida mais uma pessoa. Assim, é possível medir a população de um empreendimento, determinando quantos elevadores serão necessários, qual a capacidade de cada um e sua velocidade ideal
Em São Paulo o projeto de elevadores deve ser aprovado pela prefeitura, baseado nos dados da Norma Brasileira NBR 5665 – Cálculo do Tráfego nos Elevadores. “Cada cidade possui uma política diferente em relação a esse assunto, mas todas seguem a norma. No Rio de Janeiro, por exemplo, tem um órgão específico da prefeitura somente para elevadores. Já em municípios do interior de São Paulo não há essa exigência, porque se tem como certo que o projetista esteja especificando de acordo com a norma brasileira. Se não estiver e isso for constatado, a construtora será obrigada a indenizar as pessoas que compraram aquelas salas ou apartamentos”, diz Melo.
Além da Norma Brasileira NBR 5665 - Cálculo do Tráfego nos Elevadores, existe a Norma NBR NM 207 - Elevadores Elétricos de Passageiros – Requisitos de Segurança para construção e instalação, e a NBR 5666 - Elevadores Elétricos Terminologia. “Mas é preciso verificar também os Códigos de Postura Municipais, que variam de acordo com a cidade, para saber se há outras exigências além das prescritas nas normas brasileiras. Normalmente os fabricantes seguem as regras mais rígidas para evitar confusões, já que há essa variação de acordo com o local”, comenta o engenheiro.
Instalação
A instalação deve ser feita praticamente no término da obra, por volta de seis meses antes da entrega do empreendimento. “Quando o edifício já está no último andar é feita a casa de máquinas e chegam os equipamentos dos elevadores todos desmontados, em partes. Primeiro vem a máquina de tração, guias, painel de comando e os outros pertences do elevador que serão montados gradativamente. O primeiro passo é a construção da caixa do elevador, comumente chamada de fosso. Depois, é feita a prumada da caixa do elevador para verificar se o fosso está torto ou não, porque o elevador só se locomove na reta. Vem em seguida a montagem das guias do elevador junto com a máquina de tração, que já está lá em cima, e através de uma plataforma vai sendo montado o elevador”, explica o engenheiro.
De acordo com Melo, é possível instalar um elevador em um prédio já existente, mesmo que ele não tenha sido previsto no projeto. “É necessário somente ter uma área mínima. Por exemplo, nos edifícios mais antigos e menores, pode ser uma área entre as escadas ou um espaço externo ao prédio, com cerca de 2 m x 2 m. E os elevadores colocados em prédios baixos não necessitam de casa de máquinas – ela fica na própria caixa do elevador”, pontua.
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Manutenção
É obrigatória a manutenção preventiva mensal. Depois de instalado o elevador e colocado em funcionamento, deve-se fazer um contrato com uma empresa cadastrada na prefeitura para realizar a manutenção. “Normalmente são as mesmas que já fornecem o elevador e que têm em seu corpo técnico um departamento de manutenção”. E completa: “Em caso de problemas com o elevador, como a paralisação, é feita a manutenção corretiva”.
É bom saber Os elevadores mais modernos são os que têm chamadas antecipadas. “Não há botão dentro da cabine. Ao passar pela catraca a pessoa já digita o andar em que deseja ir. O elevador mais próximo irá descer e será indicado o número do ascensor que deve ser pego”, explica Melo.
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- Heraldo Melo – É diretor técnico-comercial e engenheiro responsável técnico na HerTech Consultoria e Serviços de Engenharia Ltda. Acumula passagens pelas empresas Atlas S/A Elevadores como gerente Comercial e gerente de Manutenção, e pela Atlas Schindler como gerente Comercial. Entre os principais trabalhos em desenvolvimento estão: Projeto Elevadores Vila Olímpica 2016; Projeto Torre Niemeyer – Fundação Getúlio Vargas; Projeto Modernização elevadores sede BNDES Rio de Janeiro; Projeto Modernização elevadores Torre Shopping Rio Sul – Rio de Janeiro e Projeto Modernização elevadores Academia Brasileira de Letras.