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Fabricantes de máquinas e equipamentos buscam novos mercados

Prospecção de novas áreas da infraestrutura, parcerias, lançamentos...a falta de obras no País exige que fabricantes de máquinas e equipamentos mudem o foco

Publicado em: 18/05/2015Atualizado em: 21/01/2020

Texto: Redação PE

Buscar novas oportunidades de negócios no mercado de máquinas é hoje questão de sobrevivência. As empresas já prospectam diferentes mercados, incorporam novas linhas e redefinem as prioridades. Um bom exemplo é o grupo Tracbel, tradicional distribuidora de equipamentos de marcas como Volvo, Michelin, Massey Ferguson que recentemente firmou parceria com as marcas Atlas Copco e Metso para distribuir também perfuratrizes e equipamentos de britagem.

De acordo com Luiz Gustavo Pereira, CEO do Grupo Tracbel, o planejamento da empresa é de longo prazo e prioriza aumentar a gama de produtos e soluções. “Os atuais clientes da Tracbel poderão optar por equipamentos de perfuração e de britagem, a um custo reduzido na contratação de serviços, já que a mesma empresa ofertará pós-venda para as linhas de equipamentos como carregadeiras, escavadeiras, perfuratrizes, sistemas de britagem, pneus, entre outros”, explica Luiz Gustavo.

Já o segmento de pedreiras e agregados é diferente de outros setores da infraestrutura. As obras são abastecidas por agregados produzidos por pedreiras locais. “É um setor que não pára, embora seja evidentemente afetado pela retração da economia brasileira”, observa Luiz Gustavo.

A linha florestal distribuída pela empresa, focada em equipamentos para colheita mecanizada, está tendo desempenho acima da média em 2015. É um setor que vem se beneficiando da valorização do dólar, a commodity de celulose não sofreu queda forte como a de minério e agrícola. De acordo com Luiz Gustavo, esse ano será o melhor da história da Tracbel na área de equipamentos florestais.

A empresa é distribuidora exclusiva no Brasil da marca canadense Tigercat, exclusiva de equipamentos florestais. Até o final deste ano, tem cerca de 50 unidades vendidas, cada máquina com valor em torno de R$ 2,5 milhões.

Por isso, essas parcerias são incentivadoras, um bálsamo para os negócios num momento de vendas baixas, além de agregar em pós-venda. A Tracbel está investindo R$ 15 milhões na construção de um centro de distribuição de peças e manutenção (CDM) de equipamentos pesados, em Bebedouro, no interior de São Paulo, com foco na linha amarela e no segmento agrícola. O local terá drive thru de peças, estrutura moderna de serviços e assistência técnica para atender a grande frota de máquinas que temos no mercado.

Dos canteiros de obras aos pátios portuários

A Terex Latin America hoje está mais voltada para os equipamentos de elevação e movimentação de cargas e pessoas. De acordo com João Pensa, gerente sênior de vendas da Terex Port Solutions – Latin America, todos os produtos ligados ao setor de construção sentiram o impacto da crise brasileira, porém o mercado sul-americano, principalmente países como Chile e Peru, tem crescido e ajudado no resultado da região como um todo.

A expectativa é que os negócios portuários representem 30% do faturamento da Terex na America Latina. “Até o momento não temos relato de qualquer empresa dessa área afetada pelas investigações da Petrobrás”, informa João Pensa. “Os clientes desse setor acreditam que o caminho é expandir e se preparar para a retomada plena da produção, como é percebido de forma tímida em alguns portos do Brasil”, diz.

Para ele, o importante para uma fabricante é ter disponibilidade de peças, manter os técnicos treinados e disponíveis para atender os clientes no menor prazo possível. “Está previsto o lançamento de uma nova linha de reach stacker e movimentadores de contêineres vazios no começo do ano de 2016”, adianta o gerente.

Fabricante alavanca produção no exterior

A atual conjuntura fez fabricantes como a CZM, empresa 100% nacional e um dos players mundiais do mercado de equipamentos para fundação, fortalecer a atuação fora do Brasil. Há dois anos, fabricava em média 12 máquinas/ mês. Atualmente, reduziu a produção pela metade, incluindo as exportações.

Com fábrica montada há três anos nos Estados Unidos, na cidade de Savannah, Geórgia, o plano agora é aumentar as vendas. “A fábrica produziu 26 unidades em 2014 e em 2015 subirá para 36 equipamentos”, prevê a gerente comercial da empresa, Leandra Magalhães.

“A CZM é a única fabricante brasileira de equipamentos para fundação com fábrica instalada nos Estados Unidos, onde atende às maiores empresas desse segmento”, garante Leandra. Essa unidade utiliza alguns componentes americanos e monta perfuratrizes sobre os carros de esteiras da marca Caterpillar, marca global reconhecida.

“Temos uma boa projeção anual para os Estados Unidos. Os americanos estavam sem outra opção que não fosse de fabricantes europeus e reclamavam muito de pós-venda. Precisavam de um atendimento customizado e diferenciado. A CZM tem uma história de solidez no Brasil, investe constantemente em inovação e assistência”, informa Leandra.

Do lado de baixo do Equador

A fábrica brasileira da alemã SCHWING-Stetter retomou as rédeas para ampliar os negócios em toda a América do Sul. A empresa acaba de ser nomeada responsável pelas vendas de equipamentos aos nove países sul-americanos, até então atendidos pela filial norte-americana.

De acordo com Luiz Polachini, gerente comercial de equipamentos para a América do Sul, as vendas para essa região eram operadas pelo Brasil antes de serem transferidas para os Estados Unidos, no início de 2009, quando eclodiu a crise americana.

“Naquele momento, os Estados Unidos entraram em recessão e o mercado brasileiro de equipamentos prosperava. A SCHWING-Stetter Brasil passou o controle das operações da América Latina para a filial americana aumentar o fôlego nos negócios e manter o mesmo nível de qualidade e atendimento do grupo.”, explica Polachini.

Ao todo foram nomeados nove dealers atendidos nos seguintes países: Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile, Venezuela, Argentina, Equador, Peru e Colômbia. Desde 2012, a América Latina é responsável por comprar cerca de 400 equipamentos para concreto por ano. De acordo com Polachini, 40% dessas vendas são da SCHWING.Todos os equipamentos fornecidos para o mercado brasileiro será disponibilizado aos clientes sul-americanos.

Colaboraram para esta matéria

 
Luiz Gustavo Pereira – CEO do Grupo Tracbel
 
João Pensa – gerente sênior de vendas da Terex Port Solutions – Latin America
 
Leandra Magalhães – gerente comercial da CZM
 
Luiz Polachini – gerente comercial de equipamentos da SCHWING-Stetter para a América do Sul