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Forros e sancas de gesso ou de drywall devem ser adequados ao projeto

Abertas, fechadas ou invertidas, as sancas de gesso são mais do que itens de acabamento para ambientes. Elas possibilitam a execução de projetos luminotécnicos sofisticados

Publicado em: 04/09/2018Atualizado em: 18/12/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Forro de gesso destaca-se pela facilidade na instalação (Foto: shutterstock / Art Noppawat)

As vedações horizontais englobam, hoje, diversas tecnologias para execução de forros e sancas de gesso, seja um forro simples – cuja proposta é otimizar o tempo –, ou um projeto arrojado.

Os projetos mais complexos são aqueles que pedem sistemas de movimentação (dilatação), ventilação e exaustão; instalação de entradas de manutenção ou, ainda, união dos confortos térmico e acústico a forrações com design sofisticado. A solução pode ser composta de placas convencionais de gesso com 60 cm x 60 cm ou 65 cm x 65 cm ou drywall (construção a seco).

A sanca aberta é caracterizada pelo rebaixo no forro, deixando um vão entre a parede e o teto do ambiente. Ela também pode atuar em conjunto com outro forro rebaixado de gesso. “Esse sistema pode ser executado tanto no perímetro quanto no centro do teto/forro e planejado de forma integrada com a iluminação artificial ou usado individualmente”, destaca o técnico em edificações Ronie Carlos de Jesus Santos, instrutor de formação profissional no Senai.

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O sistema permite a inserção de spots e luminárias, possibilitando uma iluminação difusa e direcionável. Mas sua principal característica é a iluminação indireta projetada para o teto/forro nos vãos. Lâmpadas do tipo fluorescentes tubulares, fitas, faixas ou cordoalhas de LED e mangueiras de luz são as mais utilizadas.

Diferentemente da aberta, a sanca fechada não possui vãos ou aberturas estampadas, de modo que a iluminação fica ‘escondida’. Quando há rebaixo no teto, o sistema permite, com maior amplitude e conforto, a distribuição dos condutores elétricos para os pontos de iluminação. É comum a instalação de luminárias e spots direcionáveis, que valorizam lustres e elementos externos de iluminação, bem como as paredes.

Já a sanca invertida possui características bem semelhantes às da aberta. Entretanto, a iluminação é indireta, direcionado para o vão deixado entre o teto e a parede. “É característica muito bem vista nesse tipo de sistema, a sensação de o forro parecer ‘flutuante’. Isso decorre do fato de a sanca ser construída, normalmente, com um recuo de 10 cm a 15 cm da parede, embora isso não seja uma regra”, expõe o instrutor do Senai.

Há, ainda, a sanca chamada de cortineira, que pode receber iluminação indireta, para deixar o ambiente mais sofisticado.

PLACAS DE GESSO CONVENCIONAL

O sistema convencional para forros e sancas com placas de gesso – nas medidas 60 cm x 60 cm ou 65 cm x 65 cm – é relativamente prático e fácil de montar, além de aumentar a produtividade nos processos construtivos, com excelente custo-benefício. É empregado no rebaixamento de teto de edificações residenciais, escolares, comerciais, industriais e hospitalares.

As placas de gesso são fabricadas através do processo de moldagem, com superfície lisa ou decorada e sistema de encaixe do tipo “macho/fêmea”. Devem atender às especificações técnicas estabelecidas pela ABNT NBR 12.775 – Placas Lisas de Gesso para Forro – Determinação das Dimensões e Propriedades Físicas – Método de Ensaio.

Um dos benefícios da sanca é a grande versatilidade nos processos de execução, além de ser importante parceira de projetos luminotécnicos
Ronie Carlos de Jesus Santos

Santos destaca os aspectos de excelência do sistema, a começar pela facilidade de execução, flexibilidade estética em projetos arquitetônicos e valor por metro quadrado mais acessível se comparado a outros sistemas com gesso. “As placas são produzidas majoritariamente de gesso, o que facilita a absorção de umidade, devido à sua regulação higrométrica. Além disso, é material incombustível”, observa. Porém, segundo o técnico em edificações, alguns aspectos do sistema precisam ser melhorados. É o caso da sujeira e dos resíduos gerados na obra em decorrência das perdas. O problema torna-se ainda maior porque há poucas tecnologias economicamente viáveis para a reciclagem dos resíduos. “Devido a procedimentos incorretos, as placas de gesso convencionais têm maior propensão ao aparecimento de patologias, como trincas, fissuras e manchas de pasta contaminada”, informa, incluindo entre as desvantagens do sistema o peso estrutural elevado (22 kg/m²).

INFLUÊNCIAS NO CÁLCULO DE MATERIAIS

O cálculo dos materiais necessários para a execução de forros e sancas convencionais com placas de gesso deve considerar vários aspectos. Em primeiro lugar, se o ambiente está exposto a ações climáticas, como as regiões litorâneas, sujeitas a intempéries e à maresia. “Nesse caso, devemos prioritariamente fazer uso de arames/tirantes de cobre, para evitar a corrosão dos suportes que sustentam o forro e a sanca de gesso”, ensina Santos. Se a edificação sofre movimentação intensa, a recomendação é usar elementos de dilatação do tipo “tabica” entre a parede e o teto. “Situações como essas devem ser identificadas imediatamente antes da preparação do orçamento, pois normalmente aumentam o valor do serviço”, ele adverte.

O valor dos materiais e da mão de obra pode variar de acordo com o grau de complexidade do projeto. Daí a importância do orçamento prévio, principalmente quando o projeto prevê moldura nas sancas ou elementos decorativos adicionais, como filetes e florões – em geral, personalizados.

SIMULAÇÃO COM PLACAS DE GESSO

O instrutor Santos faz, a seguir, uma simulação da quantidade de materiais e dos custos para instalação de forro e sanca num ambiente de 10 m² utilizando sistema convencional com placas de gesso com 60 cm – as mais comuns no mercado.

• Placa com 60 cm x 60 cm: 1 placa cobre 0,36 m²
• Placa de gesso com 60 cm x 60 cm: são necessárias 2,77 placas para cada 1 m² (arredondando, seriam três placas por 1 m²), considerando as perdas
• Gesso de revestimento: em média 4 kg para cada 1 m² de forro acabado
• Fibra de sisal: 1 kg para cada 10 m² de forro acabado
• Arame/tirante de cobre ou galvanizado: aproximadamente 1 kg para cada 5 m² de forro (depende da altura do rebaixo do forro)
• Sanca de gesso, tabicas e molduras: somar o perímetro do local onde os elementos serão instalados
• Custo médio dos materiais: R$25,00 por m²
• Custo médio da mão de obra (com encargos e custos extras variáveis): R$35,00 por m²

Com a área calculada do ambiente – no caso, 10 m² –, mais as referências de consumo dos principais materiais e os valores da mão de obra e dos materiais, o cliente gastará aproximadamente:

• Placas: 3 x 10 = 30 unidades
• Gesso para revestimento: 4 x 10 = 40 kg
• Fibra de sisal: 0,1 x 10 = 1 kg
• Arame metálico: 0,2 x 10 = 2 kg
• Valor dos materiais (m²): R$ 25,00 x 10 = R$250,00
• Valor da mão de obra (m²): R$ 45,00 x 10 = R$450,00
• Valor total (material + mão de obra) = R$700,00

Santos observa que os valores variam de região para região e que os materiais têm acréscimo de 5% por conta das perdas.

Devido a procedimentos incorretos, as placas de gesso convencionais têm maior propensão ao aparecimento de patologias, como trincas, fissuras e manchas de pasta contaminada
Ronie Carlos de Jesus Santos

DRYWALL PARA FORROS E SANCAS

O sistema drywall é constituído por chapas de gesso envelopadas com papel-cartão especial ou compostos especiais. As peças têm dimensões variadas e são acompanhadas de estruturas metálicas formadas por perfis, acessórios e peças de aço tratado por processo de galvanização. “Forros e sancas construídos com drywall possuem características estéticas similares às do forro de gesso convencional, mas com uma infinidade de possibilidades e soluções técnicas, além da gigantesca tecnologia agregada”, frisa Santos, lembrando que o sistema tem durabilidade garantida se as instruções e os procedimentos técnicos dos fabricantes forem seguidos.

O tipo mais comum de forro para confecção desse tipo de sanca é o estruturado. Diversos elementos podem ser compostos com as placas de drywall, de acordo com as necessidades, como isolamentos térmico e acústico do ambiente. Por exemplo, lã mineral, lã de vidro ou implantação de uma ou mais camadas de chapa no forro.

As placas de gesso acartonado possuem três especificações:

• Placa ST (cinza-claro/branco): standard, sem aditivos especiais, para ambientes sem necessidades especiais;
• Placa RU (verde): resistente à umidade, com aditivos especiais que aumentam sua resistência em locais propensos à exposição a vapor, por exemplo;
• Placa RF (rosa): resistente ao fogo, com aditivos especiais que aumentam sua resistência em locais propensos à propagação de chamas.

As vantagens técnicas do drywall na construção de forros e sancas são destacadas pelo instrutor do Senai: “Trata-se de tecnologia versátil, com montagem simples e rápida, além de garantia de obra limpa. Também oferece enorme flexibilidade estética a projetos arquitetônicos, e por conter estruturas metálicas, é mais resistente, confiável e fácil de manter do que o gesso convencional”. Os únicos fatores que merecem mais atenção, segundo ele, são a falta de divulgação da tecnologia no cenário nacional (diferentemente do que ocorre em outros países) e a dificuldade para reciclagem dos resíduos do gesso.

SIMULAÇÃO COM DRYWALL

Os princípios matemáticos para calcular o consumo e o custo dos materiais e da mão de obra utilizando drywall são os mesmos utilizados para o gesso convencional. “A grande diferença está nos fatores e na forma como são especificados os materiais e o tipo de forro de drywall adotado. Nesse caso, utilizamos como referência o forro unidirecional para um ambiente com 10 m²”, diz Santos.

• Chapa de drywall: 0,5 chapas para cada m²;
• Suporte nivelador: 1,8 peças para cada m²;
• Tirante para suporte nivelador: 1,8 peças para cada m²;
• Perfil para forro: 2,2 m para cada m²;
• Fita para juntas: 1,5 m para cada m²;
• Conector de perfil: 0,4 peças para cada m²;
• Massa para junta: 0,45 kg para cada m²;
• Parafuso cabeça trombeta: 17 peças para cada m²;
• Parafuso cabeça panela: 4 peças para cada m² (varia muito de acordo com o projeto);
• Guia para teto, cantoneira “L” ou tabica dilatação: somar o perímetro do local.

Com as referências em mãos, basta multiplicar a área quadrada do ambiente por cada fator listado acima:

• Chapa de drywall: 10 x 0,5 = 5 chapas
• Suporte nivelador: 10 x 1,8 = 18 peças
• Tirante para suporte nivelador: 10 x 1,8 = 18 peças
• Perfil para forro: 10 x 2,2 = 22 m de perfil ou 8 perfis
• Fita para juntas: 10 x 1,5 = 15 m de fita (vendida em rolo)
• Conector de perfil: 10 x 0,4 = 4 peças
• Massa para junta: 10 x 0,45 = 4,5 kg (vendida em balde ou saco)
• Parafuso cabeça trombeta: 10 x 17 = 170 peças (vendido em caixa)
• Parafuso cabeça panela: 4 peças para cada m² (varia muito de acordo com o projeto)
• Guia para teto, cantoneira “L” ou tabica dilatação: somar o perímetro do local
• Valor dos materiais (m²): R$ 48,00 x 10 = R$480,00
• Valor da mão de obra (m²): R$ 50,00 x 10 = R$500,00
• Valor total (material + mão de obra) = R$980,00

Os valores variam de região para região, e os materiais têm acréscimo de 5% para descontar as perdas.

Santos alerta que, antes de optar por forro ou sanca de drywall é preciso identificar qual o sistema mais adequado ao projeto. Por exemplo, para sancas de gesso, o sistema mais utilizado é o forro unidirecional. “Uma falha na escolha do sistema pode acarretar em orçamento acima da média, além de não se alcançar o resultado desejado”, finaliza.

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Colaboração técnica

Ronie-Carlos-de-Jesus-Santos
Ronie Carlos de Jesus Santos  – Técnico em edificações, com mais de 15 anos de experiência em acabamentos residenciais e industriais, em benchmarking internacional e em processos de construção civil do Senai, na Irlanda, Inglaterra, França e Finlândia. Ministra treinamento para aplicação de gesso para revestimento, gesso decorativo e instalação de drywall, além de cursos de pintura industrial, imobiliária, moveleira e decorativa.