Gruas fixas: sinônimo de produtividade e otimização do tempo em obras civis
O guindaste de torre, mais conhecido como grua, é um equipamento-símbolo de grandes empreendimentos
O volume de obras na construção civil aumentou significativamente nos últimos anos. Com isso, também cresceu a exigência quanto ao uso de equipamentos eficientes e capazes de atender aos curtos prazos de execução. O guindaste de torre, mais conhecido como grua, é um equipamento composto desses dois movimentos (vertical e horizontal), e que permite ganho na produtividade.
Equipamento-símbolo de obras grandiosas, a grua fixa caracteriza-se por ter a base da torre chumbada dentro de um bloco de concreto. Ao longo do tempo, sua utilização foi expandida e ela se modernizou. Hoje, ajuda a desenvolver novos métodos que não seriam possíveis sem sua existência, como o içamento de grandes peças e vigas, fachadas pré-moldadas, aplicações em estruturas metálicas etc.
Adicionalmente, essa máquina apresenta mecanismos mais fiáveis, menor consumo de energia (inversores de frequência), maior velocidade (desempenho), produtos mais leves, transporte otimizado, entre outras vantagens.
No Brasil, a frota de gruas ainda é muito antiga (idade média de vinte anos). Não há norma que limite o emprego do equipamento em função do seu tempo de uso, como acontece em vários países da Europa. Alguns usuários mais exigentes, apenas, é que têm consciência dessa problemática. “O mercado de gruas ainda deve crescer muito no país, é uma questão cultural a ser rompida”, diz o engenheiro civil Marco Carminatti, diretor comercial da Montarte.
De acordo com Carminatti, alguns construtores analisam somente os custos diretos, e não avaliam, por exemplo, quanto tempo é ganho com o uso da grua, assim como todos os custos indiretos da mão de obra aplicada na ausência desse equipamento (refeições, uniformes, problemas trabalhistas, produtividade, interlocutor para a movimentação de cargas, entre outros).
“Quando se faz um bom planejamento, a grua pode atender às exigências de curto prazo”, acrescenta. “Para isso, é preciso contar com um estudo bem elaborado de recebimentos e movimentações de cargas e materiais, além da disposição do canteiro de obras por meio de critérios logísticos. Isso permite o aproveitamento máximo da máquina”, enfatiza.
Operação segura
“Quando se faz um bom planejamento, a grua pode atender às exigências de curto prazo”
O equipamento e a operação de gruas fixas (montagem, desmontagem, utilização e manutenção) devem respeitar à NR-18. Elas são montadas sempre na área externa da obra e possuem liberdade de movimentação num raio de 30 a 40 metros, com torres que podem chegar a até 130 metros.
“Essa norma é muito bem atendida em indústrias por possuir itinerários fixos (rotas de transportes suspensos), tornando obrigatória a proteção devida nos locais de movimentações. Daí a necessidade de uma programação da logística do canteiro em obras”, argumenta Rogério Luiz Martins, gerente técnico da Ekipateck.
No mercado, a contratação de operadores é submetida a muitas exigências. O primeiro quesito é a experiência comprovada. Pelas determinações trabalhistas, há várias condições obrigatórias como, por exemplo, a aptidão para trabalhos em altura, testes psicológicos e psicotécnicos específicos, entre outras. Para uma boa formação, o profissional deve ter passado por pelo menos seis meses de aprendizado, desde a parte teórica até a prática, compreendendo também as questões de segurança e as normas técnicas.
Outros profissionais envolvidos na operação com gruas fixas são os montadores e sinaleiros (o sinaleiro é o responsável pela conferência da amarração das cargas e pela orientação ao operador com a grua em serviço, mas é de responsabilidade do cliente/usuário).
Manutenção
Estruturalmente, é difícil ter algum contratempo com esse tipo de equipamento. Segundo Martins, os incidentes mais comuns são os elétricos. “O fornecimento de energia no Brasil é muito oscilante (com sobrecargas e subcargas) e, mesmo utilizando-se um autotransformador para a proteção das gruas, ainda há muitos problemas dessa ordem”, enfatiza.
Equipamentos mais antigos, se não contarem com nenhuma forma de atualização dos componentes elétricos e dos motores, terá maior probabilidade de falhas. “Com um programa de manutenção preventiva eficiente, a grua terá maior longevidade. Hoje há no mercado gruas trabalhando com mais de trinta anos. Portanto, sua vida útil depende muito do serviço e das condições de trabalho a que elas foram submetidas” acrescenta Martins.
Colaboraram para esta matéria
- Marco Carminatti – engenheiro civil, diretor comercial da Montarte
- Rogério Luiz Martins – gerente técnico da Ekipateck