Impermeabilização ajuda a garantir a estabilidade de muros de arrimo
Membranas acrílicas, argamassa com polímeros, mantas asfálticas e cristalizantes são soluções que podem ser utilizadas para proteger essas estruturas da água e da umidade
As argamassas modificadas com polímeros são bastante recomendadas para a impermeabilização dos muros de arrimo (foto: AVN Photo Lab/shutterstock)
Os muros de arrimo são estruturas construídas em terrenos que apresentam alguma inclinação e quando não há a possibilidade de se fazer um talude, seja por falta de espaço, seja por questões de instabilidade de solo. Erguidos normalmente com alvenaria ou cortinas de concreto, servem para conter o solo, ao mesmo tempo em que delimitam o terreno.
Embora sejam de simples execução, os muros de arrimo precisam ser devidamente projetados e construídos sob o risco de ter sua segurança e estabilidade comprometidos. Além disso, devem contar com eficiente sistema de drenagem superficial e ser devidamente impermeabilizados. Vale lembrar que os muros de arrimo estão em contato direto com o solo e podem ter que suportar pressões elevadas, especialmente no período chuvoso, quando o solo está saturado.
POR QUE IMPERMEABILIZAR?
Também é possível usar sistemas flexíveis como as mantas asfálticas ou mantas de PVC. No entanto, é preciso cuidado ao executar a camada filtrante e os drenos para que não danifiquem o sistemaRuy Serafim de Teixeira Guerra
De acordo com o engenheiro Ruy Serafim de Teixeira Guerra, impermeabilizar muros de arrimo costuma exigir que o serviço seja feito diante de pouco espaço disponível. Por isso, os sistemas mais indicados para essas aplicações acabam sendo as argamassas modificadas com polímeros, fáceis de aplicar. “Também é possível usar sistemas flexíveis como as mantas asfálticas ou mantas de PVC. No entanto, é preciso cuidado ao executar a camada filtrante e os drenos para que não danifiquem o sistema”, alerta Guerra.
O engenheiro lembra que os muros de arrimo, quando não bem impermeabilizados, estão sujeitos a problemas provocados pela infiltração de água do solo. Isso pode levar, por exemplo, a patologias como a formação de eflorescências, a corrosão de armaduras e o surgimento de mofo e bolor. Além disso, há o problema da umidade que é transmitida pelo muro a edificações contíguas.
IMPERMEABILIZANTES PARA PRESSÃO POSITIVA E NEGATIVA
Antes de definir o sistema mais adequado para impermeabilização de um muro de arrimo, é preciso determinar se a impermeabilização será realizada do lado interno ou do lado externo da estrutura. Essa é uma decisão que deve ser tomada pelo projetista de impermeabilização.
“Sendo a impermeabilização aplicada do lado externo, podem ser utilizadas mantas asfálticas ou sintéticas e membranas asfálticas ou de poliuretano”, comenta o engenheiro José Miguel Morgado, diretor técnico do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI). Ele lembra que, nesses casos, a água incide sobre a impermeabilização, gerando, uma pressão positiva.
Sendo a impermeabilização aplicada do lado externo, podem ser utilizadas mantas asfálticas ou sintéticas e membranas asfálticas ou de poliuretanoJosé Miguel Morgado
Já a impermeabilização executada do lado interno exige que o sistema atue contra a pressão negativa, mesmo que se trate apenas de umidade. Segundo Morgado, para essas situações são mais indicadas as impermeabilizações por cristalização, realizadas com aditivo em pó. Ao reagir com a umidade do concreto fresco e com subprodutos do cimento, esses aditivos formam compostos cristalinos insolúveis nos poros e capilares do concreto, tornando-o impermeável contra a penetração de água e agentes agressivos.
BOAS PRÁTICAS DE EXECUÇÃO
Uma vez definida a técnica de impermeabilização, é fundamental garantir que as melhores práticas de execução sejam utilizadas. Do contrário, o desempenho da proteção pode ser comprometido.
Para assegurar uma perfeita aderência da impermeabilização, uma etapa crítica é a regularização da superfície. “Juntas de concretagem, pontas de ferro expostas, ninhos ou bicheiras no concreto devem ser previamente tratados, assim como juntas de dilatação e tubulações passantes”, diz Morgado.
Outro tópico que merece atenção é a proteção mecânica, geralmente executada com chapisco e reboco e especificada pelo fabricante do sistema de impermeabilização.
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Colaboração técnica
- Ruy Serafim de Teixeira Guerra – Engenheiro civil formado pela Universidade Veiga de Almeida no Rio de Janeiro. Especialista em cálculos estruturais de pré-fabricados de concreto, é consultor e administrador do site Clube do Concreto.
- José Miguel Farinha Morgado – Engenheiro civil com MBA em negócios e inovação pela Barry University e pela University of Nevada. É diretor executivo do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI) e consultor em áreas como marketing, comunicação e vendas, Negociação e Motivacional, entre outros assuntos.