Marteletes – Demolição ao alcance das mãos
Mesmo que sejam de fácil manuseio, essas máquinas requerem cuidados especiais a fim de evitar acidentes e danos à saúde
Os marteletes (martelos demolidores) são equipamentos elétricos ou pneumáticos desenvolvidos para obras civis ou demolições de qualquer porte. Operados manualmente, são muito utilizados para demolir colunas de concreto, pisos e vigas, abrir canaletas para passagem de tubulação e perfurar concreto asfáltico. Além de proporcionar um ganho enorme de produtividade, também praticamente eliminou a possibilidade de danos causados por esforço repetitivo.
Trata-se de um equipamento de fácil manuseio, em que não há a necessidade de supervisão quanto ao seu uso. Isto desde que a operação de demolição já tenha sido analisada previamente por outro profissional mais experiente no que diz respeito à estrutura que será demolida.
Foi a partir de 1998 que essas máquinas passaram a evoluir, adotando desde novos sistemas que indicam a necessidade de manutenção até tecnologias de rastreamento. Hoje há uma tendência maior de mercado voltada para os aparelhos mais compactos, com ganho de potência e com sistemas de amortecimento mais eficazes.
Em geral, os marteletes pneumáticos são mais leves e possuem vida útil mais longa em relação aos elétricos, mas dependem de um sistema de compressor muito potente para gerar energia. Em contrapartida, os marteletes elétricos chegam a custar três vezes menos e, no pacote, incluem uma vasta rede de assistências técnica e pós-venda, o que representa menor dificuldade de encontrar peças de reposição.
O desempenho e a produtividade dependem diretamente da relação entre o rendimento da percussão, ou seja, a quantidade de impactos por minuto, e o peso específico do martelo – quanto ele pesa parado. Alguns modelos têm até cinco velocidades, que variam de 730, 800, 1.150, 1.350 até 1.450 impactos por minuto. A eficiência também está associada às dimensões específicas, às propriedades do material e à geometria da ponta das ferramentas.
Nas operações, é essencial escolher o tipo de cinzel, como a talhadeira, para abrir canais para dutos ou tubos de água e eletricidade, e o ponteiro, para concreto e alvenaria. Alguns martelos aceitam batedor para compressão de solo, podendo ser necessário o uso de adaptadores.
Normalmente, peças com até 7 centímetros de espessura podem ser rompidas com martelos leves, que têm até 6 quilos e são adequados para pequenos serviços de demolição. Para o rompimento de peças de 7 a 10 centímetros, as melhores opções são marteletes que pesam entre 7 e 30 quilos, ideais para trabalhos em estrada, escavações e demolições em geral. Já os pesados, com mais de 30 quilos, são adotados quando o elemento tem até 15 centímetros. Esses últimos trabalham em velocidade mais alta e podem funcionar por longos períodos de tempo.
Cuidados operacionais
Antes de qualquer operação, é importante verificar se não há fiação ou canos de gás, água ou esgoto que possam ser rompidos pelo martelo. Na dúvida, utilize meios apropriados para encontrar cabos escondidos ou consulte a companhia elétrica local. Por se estar lidando com uma máquina que produz vibrações, é necessário redobrar o cuidado com as peças e, antes de ligá-la, verificar se os parafusos estão bem presos. O martelamento excessivo em vão (no ar, sem tocar em nenhum objeto) pode causar sérios danos ao equipamento.
O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) é indispensável quando os marteletes estão em ação. De acordo com as normas de segurança oficiais, o operador deve impreterivelmente trabalhar com capacete, óculos de segurança, luvas antivibração, protetor auricular e botas com palmilha e biqueira de aço.
Um trabalhador exposto ao longo dos anos a um ambiente com ruído elevado, que supera a capacidade de defesa e de recuperação do ouvido, acaba por desenvolver, progressivamente, lesões no ouvido interno que diminuem sua sensibilidade auditiva.
Para amenizar a exposição ao barulho e à vibração, é possível estabelecer o rodízio de operadores. Estudos apontam que o excesso, além de comprometer a audição, aumenta o risco de hipertensão arterial, de gastrite e úlcera gástrica, e provoca alterações do sono e neuropsíquicas.
Enquanto a máquina estiver acionada, toda a atenção deve estar concentrada nela. Existe a possibilidade de o tanque de óleo e as ferramentas se aquecerem com o uso contínuo, e a não observância dessas precauções poderá levar a queimaduras. Especialistas também recomendam que, para não comprometer a segurança e a durabilidade do equipamento, ele não deve ser utilizado para outros fins que não aqueles para os quais foi projetado.
Recomendações
Não opere o martelete nas seguintes situações:
1 – Quando parte dele estiver molhada, ou ele estiver na água
2 – Quando a máquina estiver conectada à fonte de energia, com o fluxo e a pressão do óleo excedendo a escala prescrita
3 – Quando a temperatura do óleo estiver abaixo de 10 ℃ ou acima de 100 ℃
4 – Com ferramenta de diâmetro diferente do que é recomendado
5 – Sob efeito de medicamentos, sentindo-se sonolento ou cansado
6 – Com as mãos nuas e desprotegidas, sem o devido uso dos EPIs
Riscos envolvidos e consequências:
1 – Inalação de poeira
2 – Problemas respiratórios
3 – Eletrocussão
4 – Incêndio
5 – Exposição excessiva a ruídos e vibrações
6 – Lesões nos ossos
7 – Efeitos neuromusculares