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Marteletes – Demolição ao alcance das mãos

Mesmo que sejam de fácil manuseio, essas máquinas requerem cuidados especiais a fim de evitar acidentes e danos à saúde

Publicado em: 07/02/2014

Texto: Redação PE

Os marteletes (martelos demolidores) são equipamentos elétricos ou pneumáticos desenvolvidos para obras civis ou demolições de qualquer porte. Operados manualmente, são muito utilizados para demolir colunas de concreto, pisos e vigas, abrir canaletas para passagem de tubulação e perfurar concreto asfáltico. Além de proporcionar um ganho enorme de produtividade, também praticamente eliminou a possibilidade de danos causados por esforço repetitivo.

Trata-se de um equipamento de fácil manuseio, em que não há a necessidade de supervisão quanto ao seu uso. Isto desde que a operação de demolição já tenha sido analisada previamente por outro profissional mais experiente no que diz respeito à estrutura que será demolida.

Foi a partir de 1998 que essas máquinas passaram a evoluir, adotando desde novos sistemas que indicam a necessidade de manutenção até tecnologias de rastreamento. Hoje há uma tendência maior de mercado voltada para os aparelhos mais compactos, com ganho de potência e com sistemas de amortecimento mais eficazes.

Em geral, os marteletes pneumáticos são mais leves e possuem vida útil mais longa em relação aos elétricos, mas dependem de um sistema de compressor muito potente para gerar energia. Em contrapartida, os marteletes elétricos chegam a custar três vezes menos e, no pacote, incluem uma vasta rede de assistências técnica e pós-venda, o que representa menor dificuldade de encontrar peças de reposição.

O desempenho e a produtividade dependem diretamente da relação entre o rendimento da percussão, ou seja, a quantidade de impactos por minuto, e o peso específico do martelo – quanto ele pesa parado. Alguns modelos têm até cinco velocidades, que variam de 730, 800, 1.150, 1.350 até 1.450 impactos por minuto. A eficiência também está associada às dimensões específicas, às propriedades do material e à geometria da ponta das ferramentas.

Nas operações, é essencial escolher o tipo de cinzel, como a talhadeira, para abrir canais para dutos ou tubos de água e eletricidade, e o ponteiro, para concreto e alvenaria. Alguns martelos aceitam batedor para compressão de solo, podendo ser necessário o uso de adaptadores.

Normalmente, peças com até 7 centímetros de espessura podem ser rompidas com martelos leves, que têm até 6 quilos e são adequados para pequenos serviços de demolição. Para o rompimento de peças de 7 a 10 centímetros, as melhores opções são marteletes que pesam entre 7 e 30 quilos, ideais para trabalhos em estrada, escavações e demolições em geral. Já os pesados, com mais de 30 quilos, são adotados quando o elemento tem até 15 centímetros. Esses últimos trabalham em velocidade mais alta e podem funcionar por longos períodos de tempo.

Cuidados operacionais

Antes de qualquer operação, é importante verificar se não há fiação ou canos de gás, água ou esgoto que possam ser rompidos pelo martelo. Na dúvida, utilize meios apropriados para encontrar cabos escondidos ou consulte a companhia elétrica local. Por se estar lidando com uma máquina que produz vibrações, é necessário redobrar o cuidado com as peças e, antes de ligá-la, verificar se os parafusos estão bem presos. O martelamento excessivo em vão (no ar, sem tocar em nenhum objeto) pode causar sérios danos ao equipamento.

O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) é indispensável quando os marteletes estão em ação. De acordo com as normas de segurança oficiais, o operador deve impreterivelmente trabalhar com capacete, óculos de segurança, luvas antivibração, protetor auricular e botas com palmilha e biqueira de aço.

Um trabalhador exposto ao longo dos anos a um ambiente com ruído elevado, que supera a capacidade de defesa e de recuperação do ouvido, acaba por desenvolver, progressivamente, lesões no ouvido interno que diminuem sua sensibilidade auditiva.
Para amenizar a exposição ao barulho e à vibração, é possível estabelecer o rodízio de operadores. Estudos apontam que o excesso, além de comprometer a audição, aumenta o risco de hipertensão arterial, de gastrite e úlcera gástrica, e provoca alterações do sono e neuropsíquicas.

Enquanto a máquina estiver acionada, toda a atenção deve estar concentrada nela. Existe a possibilidade de o tanque de óleo e as ferramentas se aquecerem com o uso contínuo, e a não observância dessas precauções poderá levar a queimaduras. Especialistas também recomendam que, para não comprometer a segurança e a durabilidade do equipamento, ele não deve ser utilizado para outros fins que não aqueles para os quais foi projetado.

Recomendações

Não opere o martelete nas seguintes situações:

1 – Quando parte dele estiver molhada, ou ele estiver na água

2 – Quando a máquina estiver conectada à fonte de energia, com o fluxo e a pressão do óleo excedendo a escala prescrita

3 – Quando a temperatura do óleo estiver abaixo de 10 ℃ ou acima de 100 ℃

4 – Com ferramenta de diâmetro diferente do que é recomendado

5 – Sob efeito de medicamentos, sentindo-se sonolento ou cansado

6 – Com as mãos nuas e desprotegidas, sem o devido uso dos EPIs

Riscos envolvidos e consequências:

1 – Inalação de poeira

2 – Problemas respiratórios

3 – Eletrocussão

4 – Incêndio

5 – Exposição excessiva a ruídos e vibrações

6 – Lesões nos ossos

7 – Efeitos neuromusculares

Fonte: Paulo Amorim, gerente comercial da Locbras