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Pastilhas de vidro em áreas molhadas: aplicação correta evita o descolamento

Especialistas garantem que, se aplicadas por mão de obra especializada, fazendo uso de argamassa apropriada e seguindo todas as instruções do fabricante, elas colam e não descolam

Publicado em: 26/06/2014Atualizado em: 15/01/2015

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Pastilhas de vidro

As pastilhas de vidro caíram no gosto popular. Resistentes à agua (a absorção é de 0%), são ótimas para revestir paredes e pisos de áreas molhadas (banheiro, lavabo, piscina e sauna).
Um problema comum, no entanto, é o destacamento das pastilhas, que acaba prejudicando, e muito, a estética do ambiente.

Apesar de ser comum, de acordo com o arquiteto Samy Dayan, do escritório S&R Arquitetura e Interiores, tudo depende da aplicação correta (veja o passo a passo abaixo). Se as pastilhas forem colocadas por mão de obra especializada, os chamados pastilheiros, e com argamassa específica para pastilhas de vidro não há motivo para que se soltem. “É preciso seguir corretamente as instruções do fabricante”, recomenda Lucia Pucca Massetani, arquiteta da fabricante Colormix.

Passo a passa para aplicação de pastilhas de vidro

1. A superfície deve estar bem nivelada e limpa.

2. Use uma escariadeira de dentes finos para espalhar a argamassa de modo uniforme.

3. Assente as placas de pastilhas pressionando-as com um taco de madeira aparelhada ou desempenadeira de madeira, para que as pastilhas fiquem niveladas e as juntas sejam preenchidas.

4. Após algum tempo (que varia conforme o fabricante de argamassa), retire o papel com uma esponja embebida em água limpa. Não é necessário utilizar produtos químicos.

5. Faça o acabamento com a própria argamassa utilizada no assentamento e limpe com pano úmido.

Fonte: Lucia Pucca Massetani, arquiteta da fabricante Colormix

CAUSAS DE DESCOLAMENTO

Vale ressaltar que as placas cerâmicas e a argamassa possuem vazios em seu interior (cavidades, bolhas, poros abertos e fechados), além de uma enorme rede de microcanais. Então, a água pode passar para o seu interior por capilaridade ou mesmo por força do gradiente hidráulico

Lucia explica que as pastilhas podem se soltar se houver infiltração – quando a água atravessa a capilaridade dos materiais, criando mofo, manchas, bolhas etc., – ou caso haja eflorescência – depósitos cristalinos brancos que surgem na superfície do revestimento do piso, parede ou teto, devido à migração e posterior evaporação de soluções aquosas salinizadas. Esses depósitos aparecem quando os sais solúveis presentes nos componentes de alvenarias, nas argamassas de emboço, fixação e rejuntamento, e nas placas cerâmicas são transportados pela água utilizada para a construção e limpeza. Pode, ainda, ser decorrente de infiltrações e, em contato com o ar, se solidificam.

Pastilhas de vidroEm ambientes molhados, os depósitos apresentam-se com uma exsudação na superfície e coloração branca, comprometendo, assim, a estética do revestimento. “Vale ressaltar que as placas cerâmicas e a argamassa possuem vazios em seu interior (cavidades, bolhas, poros abertos e fechados), além de uma enorme rede de microcanais. Então, a água pode passar para o seu interior por capilaridade ou mesmo por força do gradiente hidráulico”, diz a arquiteta.

“Para evitar esses problemas é interessante reparar vazamentos antes de se fazer qualquer revestimento ou impermeabilizar a superfície a ser revestida, sempre com orientação de especialistas”, recomenda Lúcia.

Criatividade para decorar

As cores vibrantes e o brilho dão vida ao ambiente, e a enorme variedade de tons, tamanhos e formatos permite criar composições coloridas, interessantes e modernas. “Quando todo mundo começa a fazer a mesma coisa é fácil cair no lugar comum. Mas é possível ser criativo, escolhendo pastilhas menos convencionais. Por exemplo, em vez das quadradinhas, pode-se optar pelas que têm formato de tiras, triangulares ou quadradinhas bem pequenas, de 1 x 1cm”, opina Samy Dayan.

ACERTE NA ESCOLHA

É interessante reparar vazamentos antes de se fazer qualquer revestimento ou impermeabilizar a superfície a ser revestida, sempre com orientação de especialistas

Dependendo da marca e do modelo, as pastilhas podem ser escorregadias. Portanto, deve-se evitar usá-las no chão de ambientes molhados, como o boxe do banheiro, por exemplo. “Uma alternativa seria escolher, em vez de pastilhas transparentes e lisas, as que têm formato irregular. Porém, por serem pontiagudas, elas podem arranhar os pés”, alerta o arquiteto Samy Dayan. “Elas também podem ser colocadas no piso apenas como um detalhe, misturadas com pedras, por exemplo”, completa.

Lucia Pucca Massetani, arquiteta da fabricante Colormix Revestimentos, lembra que, além de não serem antiderrapantes, as pastilhas de vidro podem esquentar em contato com o Sol, o que deve ser considerado se o local em que serão colocadas for a área ao redor da piscina.

Pastilhas de vidro

Luciana Langone Altero, gerente de produtos da fabricante de pastilhas de cerâmica e importadora de pastilhas de vidro Jatobá, divide as pastilhas de vidro em duas categorias: as feitas com massa de vidro misturada com quartzo, conhecidas como ‘cristal’ (as mais comuns no mercado) e as fabricadas com lâminas de vidro. As primeiras, embora resistentes, riscam com facilidade e são escorregadias. Já as outras são mais brilhantes, mas são 70% mais caras que as de massa de vidro.

Fácil manutenção

Um ponto positivo das pastilhas de vidro é a facilidade de manutenção. A maioria dos modelos não precisa ser rejuntada, pois a própria argamassa funciona como rejunte (algumas argamassas são da mesma cor da pastilha). Por outro lado, é preciso caprichar no assentamento para que o acabamento não fique desnivelado. Em relação à limpeza, por não acumularem sujeira, um pano úmido é suficiente para deixá-las brilhando.

Colaborou para esta matéria

Luciana Langone Altero – Formada em desenho industrial pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduada em gestão do design pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Com ampla experiência em construção civil, é especialista em revestimentos. Há sete anos gerencia a área de produtos e projetos especiais da Jatobá (www.jatoba.com.br).
Samy Dayan – Formado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em artes plásticas pela Escola de Artes e Design Panamericana e é pós-graduado também pela Mackenzie em gerenciamento de empreendimentos na construção civil. Desde 2004, conduz, junto com a designer Ricky Dayan, o escritório S&R Arquitetura e Interiores (http://www.samyericky.com.br), que faz projetos residenciais, coorporativos, entre outros.
Lucia Pucca Massetani – Formada em arquitetura e urbanismo pela Unisantos, trabalha há mais de 20 anos com revestimentos e, hoje, é arquiteta da Colormix Revestimentos (www.colormix.com.br/novo).